Folha de S.Paulo

É hora de minha geração ocupar os espaços de poder

DIANTE DO COLAPSO DO SISTEMA POLÍTICO, NOVAS LIDERANÇAS VÃO SURGIR, DIZ ELE; ‘SE VOU SER EU, NÃO FAÇO A MENOR IDEIA’

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Se me perguntare­m se vou concorrer a algum cargo eletivo, eu não sei responder. E qualquer tipo de resposta é especulaçã­o, fofoca

Folha — Como explica a trajetória de apresentad­or que lançou Tiazinha e que hoje leva ao palco prêmio Nobel da Paz e professor de ética de Harvard?

Luciano Huck - Fui amadurecen­do. A pauta pessoal norteia muito a tua comunicaçã­o. Há 20 anos, meu universo era de menino. Orbitava na escola ou na faculdade em que estudava, nos amigos que carregava desde a infância. Fui ampliando as áreas de interesse, tentando entender qual é a minha missão no mundo como apresentad­or, pai, marido, brasileiro, cidadão. Qual é sua missão?

O poder que conquistei através do microfone é resultado de muito trabalho. Tenho 40 milhões de seguidores nas redes sociais e 18 milhões de pessoas todo sábado assistindo o programa. Espero dar muito trabalho para o meu biógrafo. No final da história, ficarei contente se puder ter melhorado o mundo à minha volta. Não gosto da ideia de viver de forma passiva. Somos curadores em tempo integral do futuro que queremos, precisamos imaginá-lo e criá-lo. Que marca quer deixar?

A minha geração tomou as rédeas do dia a dia. Você vê um ministro do Supremo de 47 anos [Alexandre de Moraes, que tem 48]. O CEO da BRF [Pedro Faria] tem 42. É uma geração que ainda não está na política como deveria, mas vai estar. A renovação que a gente precisa passa por uma renovação geracional. Tive o privilégio, que pouca gente tem, de entrar nas casas das pessoas. Viajei o Brasil todo. Sem nenhum crachá político. Estou numa fase altamente produtiva, líder de audiência em um espaço relevante e comercialm­ente viável. Bicho, vamos usar isso para o bem. Você abre a temporada com um quadro chamado “Inspiração”. O que te inspira?

Tropeçar em pessoas que tenham capacidade de tirar do papel ideias que melhorem a vida das demais. As lideranças no mundo têm que reunir quatro caracterís­ticas principais. Carisma é fundamenta­l, capacidade de implementa­ção. Mas, se ficar só nestas duas, você pode botar Hitler e Gandhi no mesmo saco. Acrescenta ética e já tira um LUCIANO HUCK

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O apresentad­or da Rede Globo Luciano Huck CARREIRA FAMÍLIA

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