Folha de S.Paulo

CADA UM NO SEU QUADRADO

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dades digitais no seu elenco: youtubers, gamers, famosos do aplicativo Snapchat. Apesar do apelo comercial, fez 377 mil espectador­es —pouco mais do que o autoral “Aquarius” (355 mil).

Especialis­ta em marketing digital, Rafael Rez ressalta os hábitos distintos. “Quem consome esses vídeos não quer pagar pelo conteúdo e quer vê-lo na hora e onde quiser”. O cinema opera na lógica oposta. “E é caro”, afirma.

A única youtuber que passou a barreira do milhão (feito comum para grandes comédias nacionais) foi Kéfera. “É Fada!”, produzido por Daniel Filho, levou 1,7 milhão de pessoas aos cinemas. Seu canal tem 10,3 milhões de inscritos.

“É Fada!” também destoa por não ter seguido a estética do YouTube: enquanto “Eu Fico Loko” e “Internet -O Filme” escalam suas webcelebri­dades em papéis análogos aos que já fazem, Daniel Filho criou um papel para Kéfera: o de uma fada madrinha que só se assemelha à youtuber pelas CAMINHO INVERSO Quem faz o caminho inverso nas plataforma­s também encontra dificuldad­es. Caso de Val Marchiori (10 mil inscritos/160 mil visualizaç­ões), do reality “Mulheres Ricas”, e da apresentad­ora Adriane Galisteu (147 mil inscritos/4,3 milhões de visualizaç­ões).

Whindersso­n Nunes, líder no site, tem 18,3 milhões de inscritos e 1,3 bilhão de views.

Então por que famosos da TV buscam a web? “Faltam vagas na TV. Não tem a ver com meritocrac­ia, é crise do audiovisua­l. Um colega foi para o YouTube. Ele não tenta se manter na mídia. É para produzir mesmo, não enlouquece­r”, afirma Rafael Cortez, um dos apresentad­ores do “Vídeo Show” e do “BBB17”, da Globo.

“Há também a liberdade editorial ”, conclui Cortez, dono do canal “Love Treta” (68 mil inscritos/1,6 milhão de views),

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