Brasil e França, parceria estratégica
É de extrema importância que nossos países, ligados pela história e por uma amizade plurissecular, avancem juntos no século 21
Inicio nesta sexta (31) uma visita às autoridades políticas e à comunidade empresarial do Brasil, com o objetivo de desenvolver parceria estratégica e abrir novos caminhos de cooperação entre as economias francesa e brasileira.
Enquanto membros do G20 e portadores de uma visão convergente, nossos países têm a responsabilidade de enfrentar juntos os desafios financeiros internacionais. A adesão do Brasil ao Clube de Paris e o seu papel decisivo na negociação do Acordo de Paris na COP21 ilustram nossa proximidade na governança internacional.
Brasil e França são atores-chave do conjunto econômico ao qual pertencem. Apesar da saída futura do Reino Unido, a União Europeia permanece a primeira potência econômica mundial, e o euro, a segunda moeda de reserva internacional.
Ademais, a UE segue uma agenda ambiciosa para promover o crescimento e fortalecer a zona euro, através da implementação de uma união bancária.
A economia da França é por vezes vinculada a clichês no exterior, ocultando os esforços realizados para melhorar suas finanças públicas, aumentar os investimentos em pesquisa e reduzir o custo do trabalho.
Temos mais empresas no Top 500 mundial do que a Alemanha e o Reino Unido; o custo do trabalho na indústria francesa é inferior ao da Alemanha; os gastos com pesquisa e desenvolvimento da região parisiense ultrapassam os do Vale do Silício, nos EUA; os impostos sobre as empresas já se reduzem há muitos anos.
Convido assim as empresas brasileiras a escolherem a França para se projetarem no exterior.
Nossa agência Business France fará o máximo para facilitar o procedimento de instalação e acelerar a vinda de todos os talentosos empreendedores ansiosos por conquistar o mercado europeu de 500 milhões de habitantes.
Seis criadores de startups brasileiras, premiados pela French Tech Ticket, já se instalaram na França.
Apesar da crise, o Brasil é um parceiro econômico e comercial prioritário para nossa nação. Com 850 filiais, empregando 500 mil brasileiros, a França é o quinto maior investidor no Brasil. Além disso, parcerias tecnológicas ambiciosas fo- ram criadas em várias áreas.
Observo, com satisfação, que a relação franco-brasileira está repleta de perspectivas promissoras. A conclusão de um acordo de livre-comércio entre a UE e o Mercosul acelerará nossas trocas, caso apresente a ambição, o equilíbrio e os desejos recíprocos expressos por nossos países.
Na área tecnológica, a atribuição do selo French Tech Hub a São Paulo, em 2016, revela um ecossistema franco-brasileiro de startups.
Enfim, a assinatura de um acordo de cooperação ambicioso na área de infraestrutura permitirá compartilhar as nossas experiências, inclusive em matéria de financiamento com a Agência Francesa de Desenvolvimento. Convido as empresas francesas a aproveitarem as oportunidades de parcerias no Brasil nas área de energia, saneamento e transportes.
Para concluir, gostaria de reforçar que a França e o Brasil não são somente amigos mas também vizinhos, sobretudo após a inauguração da ponte, em 18 de março, conectando o Amapá e a Guiana Francesa. É de extrema importância que nossos países, ligados pela história, pela geografia e por uma amizade plurissecular, avancem juntos no século 21. MICHEL SAPIN
Agradeço e parabenizo a iniciativa de encaminharem um exemplar do “Estado de S. Paulo”, porque também acredito que uma imprensa forte é importante neste momento crucial da história do país. O detalhe é que é preciso avisar a portaria dos prédios sobre esse tipo de campanha. Como sou assinante da Folha há mais de 15 anos, meu porteiro achou que tivesse havido um engano e não me entregou a edição do concorrente (“Assinantes recebem hoje Folha e ‘Estado’, “Mercado”, 30/3).
ELIANA KANAZAWA
LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENTO AO ASSINANTE: OMBUDSMAN: 1964 Parabéns, 1964, pelo desenvolvimento econômico e industrial do Brasil, pela infraestrutura essencial ao desenvolvimento, pela indústria de base nacional, pelo pleno emprego. É bom lembrar que nenhum militar enriqueceu no exercício do poder. Político honesto é o que luta pelo desenvolvimento econômico e pela industrialização, que levam ao verdadeiro progresso. O mais é hipocrisia, interesses pessoais e corrupção.
MARLI MIRA HOELTGEBAUM