Folha de S.Paulo

Chefe da Assembleia do Rio nega ato ilegal

Alvo da Polícia Federal, Jorge Picciani (PMDB) rejeita suspeita de que teria ingerência sobre recursos do TCE-RJ

- LUCAS VETTORAZZO

Na quarta, 5 dos 7 conselheir­os do órgão foram presos, e o peemedebis­ta foi levado para depor

O presidente da Assembleia do Rio, Jorge Picciani (PMDB), usou a tribuna da casa na tarde desta quinta (30) para rebater as suspeitas de que teria ingerência sobre um fundo administra­do pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). Ele foi alvo, na manhã de quarta (29), de condução coercitiva e busca e apreensão determinad­os pelo Superior Tribunal de Justiça, na operação Quinto do Ouro.

A PGR (Procurador­ia-Geral da República) e a Polícia Federal investigam irregulari­dades no TCE.

Cinco dos sete conselheir­os foram presos na operação, com base em delação premiada do ex-presidente do TCE Jonas Lopes, que cumpre prisão domiciliar.

“Eu não tive acesso ao inquérito, e então poderia ter escolhido não responder às perguntas dos investigad­ores, mas nada tenho a temer”, declarou Picciani.

Segundo ele, os investigad­ores questionar­am sobre três linhas de investigaç­ão. Ele negou ter qualquer relação com os casos. “Não omiti nenhum ato ilegal, nenhum ato desonesto.”

A primeira seria sobre a utilização do fundo do TCE. Em grave crise fiscal, o governo do Estado solicitou a outros órgãos do poder público, como a Assembleia e o Tribunal de Justiça, que colocassem seus fundos de reserva à disposição do Executivo.

O TCE seria um dos órgãos interessad­os em disponibil­izar seu fundo ao governo.

Para isso, contudo, precisaria ser aprovada uma lei na Assembleia que permitisse a operação.

Segundo Picciani, o delator teria dito que solicitou urgência na aprovação. A simples aprovação não teria irregulari­dade, mas os investiga- dores apuram se parte do dinheiro do fundo foi para o bolso de agentes públicos antes de sua destinação final.

“Sempre que um órgão de outro poder envia mensagem para a Assembleia, ela entra como regime de urgência. Eu não tenho ingerência sobre isso. Nunca interferi para aprovar ou mudar emenda.”

O dinheiro teria sido usado para pagar a comida de presídios e casa de detenção de menores no Estado. Jonas Lopes teria admitido em delação que cobrou 15% das empresas contratada­s.

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Yasuyoshi Chiba/AFP O presidente da Assembleia do Rio, Jorge Picciani (PMDB)

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