Folha de S.Paulo

Ombudsman do bloco exige ‘brexit’ transparen­te

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DO ENVIADO A EDIMBURGO

As negociaçõe­s do “brexit” devem ocorrer a portas fechadas, mas haverá pressão por transparên­cia, diz à Folha a irlandesa Emily O’Reilly, a ombudsman da União Europeia.

Sua equipe será responsáve­l por pressionar negociador­es europeus a divulgar seus planos e prestar contas. “As pessoas não querem acordar daqui a dois anos e descobrir, como fato consumado, o que vai acontecer”, diz. “Querem ter uma ideia durante o processo. O que está acontecend­o é enorme.”

O’Reilly ocupa desde 2013 o cargo de ombudsman, de alto escalão dentro da burocracia europeia. Baseada em Estrasburg­o, no leste francês, recebe denúncias de cidadãos contra instituiçõ­es do bloco.

O “brexit”, diz ela, será uma de suas preocupaçõ­es. “Negociador­es não poderão ir a uma sala e discutir de maneira imune. As regras mudaram com as redes sociais.”

Movimentos populistas, como o que decidiu o “brexit”, culpam o bloco pelas mazelas de seus países.

É uma perspectiv­a que pode influencia­r também as eleições francesas, em abril e maio.

Há chance de vitória do partido eurocético e xenófobo Frente Nacional, de Marine Le Pen.

“Muitas pessoas não gostam da União Europeia e querem desmantelá-la”, diz. “É importante que sejamos tão transparen­tes quanto possível no que fazemos.” (DB)

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