ADITIVOS
sificantes, umectantes e conservantes (veja infográfico).
“Quando preparamos o bolo em casa, não usamos a maioria desses aditivos porque não precisamos da padronização, atratividade e que o produto dure tanto.”
Mas uma pesquisa do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) com 96 alimentos aponta que a quantidade de aditivos varia muito de uma marca para outra. Uma barrinha de cereal, por exemplo, pode ter de 4 a 17 aditivos. E não dá para usar menos? “Depende do que vou fazer com o alimento depois que está pronto. Um biscoito embalado tem mais aditivos que um pão francês, não para ser mais prejudicial, mas porque precisa”, diz Ary Bucione, do Brafic (conselho brasileiro de informação sobre alimentos).
Já para a nutricionista Ana Paula Bortoletto, apesar de necessários para conservação, há uso excessivo. “Se usassem matérias-primas de mais qualidade, não precisariam ter tantos aditivos.”
Outro ponto de embates ocorre em relação aos riscos.
Para Felix Reyes, professor de toxicologia da Unicamp, há muitos mitos sobre o tema. Ele ressalta que, antes de serem autorizados, os aditivos passam por avaliação dos órgãos reguladores, que consideram a toxicidade e dados de consumo dos alimentos.
Para ele, porém, é preciso maior fiscalização para saber se os limites estão sendo cumpridos. “Um corante não deve ser usado para encobrir falhas de processamento.”
Já Bortoletto, do Idec, afirma que, apesar dos limites apontados para uso de alguns aditivos, faltam estudos que apontem os efeitos à saúde a longo prazo e a interação entre diferentes aditivos.
A preocupação é maior diante do aumento do consumo de alimentos ultraprocessados em detrimento de alimentos in natura.
A Abia, associação que representa a indústria de alimentos, diz que os aditivos seguem processos rigorosos de avaliação e desempenham papel importante na segurança, sabor, aparência, textura e frescor dos alimentos.