Folha de S.Paulo

Tavam o Paulista há um ano”, afirma Moacir Júnior.

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A qualidade técnica piorou e a atualizaçã­o tática melhorou. Os depoimento­s dos técnicos finalistas do Estadual vão na direção de que o limite de 28 jogadores inscritos no torneio diminuiu a chance de descobrir talentos e estancou a qualidade técnica.

Mas do ponto de vista tático, há times mais organizado­s e modernos em 2017.

“Acho que as equipes vieram mais fortes neste ano e com evolução em conceitos”, diz Dorival Júnior. “Mas mesmo entre os jogadores que aparecem, não há muitas novidades”, completa.

O Campeonato Paulista é o Estadual com mais surpresas neste século. Dos 15 estaduais disputados desde 2001, só três tiveram os quatro grandes nas quatro primeiras colocações, em 2009, 2011 e 2015. A história ameaça os grandes, que começam a disputar as finais neste final de semana: São Paulo x Linense, Ponte Preta x Santos, Botafogo x Corinthian­s, Novorizont­ino x Palmeiras.

O Novorizont­ino começou o campeonato treinado por Júnior Rocha, ex-Luverdense, e num 4-1-4-1 que imitava a seleção brasileira de Tite. Mas havia espaço demais entre as linhas de jogadores. Faltava talento individual e qualidade coletiva.

Era diferente a situação do Botafogo. Dos quatro pequenos classifica­dos para as finais, só o time de Ribeirão Preto mantém o mesmo técnico, Moacir Júnior.

Sua equipe joga num 4-23-1, mas é compacto. Não tem jogadores especiais, mas um sistema capaz de incomodar o Corinthian­s nas quartas de final.

“Vi os times do interior com boa organizaçã­o, mas devendo na qualidade individual”, afirma Eduardo Baptista. Moacir Júnior, do Botafogo, tem a mesma avaliação. Diz que os técnicos dos clubes pequenos conviveram muito com os dos grandes em curso da CBF, em 2016.

“Discutimos o 7 a 1, com palestra do técnico alemão Lars Isecke, trocamos ideias sobre os modelos táticos mais modernos. A vida é mais difícil para nós, no interior, mas temos acesso às mesmas ideias que eles. Só que os jogadores são os mesmos que dispu- LIMITE DE ATLETAS Uma das sugestões de Eduardo Baptista para solucionar o problema da falta de qualidade é liberar a inscrição de jogadores formados nas divisões de base dos clubes. A Federação Paulista tem esta proposta para o ano que vem. Em vez de 28 inscritos por clube, pretende permitir apenas 25, mas liberar qualquer atleta formado nas divisões de base das equipes.

O limite de 28 inscritos é alvo de críticas de treinadore­s e dirigentes. Há entre os grandes clubes a ideia de que a regra veio para limitar o uso de reservas no Estadual.

A Federação refuta esta tese. Diz que a medida visa a impedir que os times do interior contratem e dispensem jogadores durante toda a campanha e inchem suas folhas de pagamento sem conseguir cumprir compromiss­os mais tarde.

A liberação das divisões de base, com diminuição do número de inscritos permitiria descobrir mais talentos e manter as contas em ordem.

“É como funciona no mundo todo. Só aqui não há limite de inscrições”, diz o vicepresid­ente da Federação Paulista, Mauro Silva.

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SantosFC/Divulgação Dorival Júnior orienta jogadores em treinament­o do Santos

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