Folha de S.Paulo

Andy Summers abre baú do Police em SP

Ex-guitarrist­a do trio inglês se apresenta em show com Rodrigo Santos (Barão Vermelho) e João Barone (Paralamas)

- THALES DE MENEZES

Atualmente um parceiro constante de nomes da bossa nova, ele retoma hits como ‘Roxanne’ e ‘Every Breath You Take’

Como anda o português de Andy Summers? Ele responde, em inglês, que melhora a cada vez que vem ao país, uma coisa que tem feito bastante. “Mas ainda não é suficiente para pedir uma garota brasileira em casamento”, diz o guitarrist­a à Folha, rindo.

Aos 74 anos, este inglês que ficou famoso mundialmen­te nos anos 1970 e 1980 no trio The Police vai se apresentar nesta sexta em São Paulo. Ao lado do baixista e cantor Rodrigo Santos (que tocou anos no Barão Vermelho) e do baterista João Barone (Paralamas), ele vai mostrar músicas do Police.

Summers nunca fez esse tipo de show em outros países. “Tenho vindo muito ao Brasil nos últimos anos, trabalhand­o em vários projetos, e conheci pessoas muito legais, como esses dois amigos. Fiz show com Rodrigo em 2015, tocamos Police, e a ideia dessa reunião foi amadurecen­do”, explica o guitarrist­a.

“Eles foram influencia­dos pelo Police, e eu me sinto bem

Andy Summers com parte de sua coleção de guitarras ANDY SUMMERS

guitarrist­a inglês com esse repertório. Toquei alguma coisa disso até nos shows que fiz com Roberto Menescal”, diz, referindo-se ao músico brasileiro de bossa nova que ele admirava nos anos 1960 e hoje se tornou um de seus melhores amigos.

Summers já se fez muitos trabalhos com Menescal e com músicos que o brasileiro apresentou a ele, como a cantora Fernanda Takai, com quem dividiu um álbum em 2012, “Fundamenta­l”.

A fluência do músico em um universo de canções mais suaves pode causar estranhame­nto nos fãs roqueiros do Police. “Não é raro alguém pedir para que eu toque algo mais rock nos meus shows, eu compreendo isso, mas tenho ligações fortes com outros tipos de música.”

Quando tinha 17 anos, ele viu na Inglaterra o filme “Orfeu do Carnaval” (1959) e ficou encantado com a música e a cultura brasileira retratadas no longa que o francês Marcel Camus rodou no Rio.

Depois veio a bossa nova, bem antes do rock. “Com a bossa meu namoro com o Brasil ficou sério. Tenho sorte de conviver hoje com músicos brasileiro­s incríveis.”

Influencia­do por bossa e jazz, ele reconhece que seu trabalho também inspirou músicos. “Para ser honesto, eu não acordo de manhã e saio procurando influência do Police nas bandas por aí, mas com certeza tivemos um papel influencia­dor.”

Ele acredita que isso aconteça principalm­ente em bandas novas. “Elas partem de algo parecido com o que fazíamos para evoluir a algo pessoal. Não sei apontar nomes ou quantifica­r isso, mas, pelo número de bandas que apresentam shows de tributo ao Police pelo mundo, sei que ainda estamos por aí.”

Ele diz que mantém contato com Stewart Copeland e Sting, parceiros no Police, desde o fim da turnê de reunião do trio, em 2008. “Não nos falamos todos os dias, mas somos muito amigos. E ainda recebemos bom dinheiro dos discos do Police.” QUANDO sexta (31), às 22h ONDE Tom Brasil r. Bragança Paulista, 1.281, tel. (11) 4003-1212 QUANTO de R$ 100 a R$ 200 CLASSIFICA­ÇÃO 14 anos

Posso tocar ao vivo músicas novas e sofisticad­as, mas sempre tem alguém que pede ‘Roxanne’

 ?? Mou Summers/Divulgação ??
Mou Summers/Divulgação

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