Folha de S.Paulo

Fortalecer a democracia

- RODRIGO ALBUQUERQU­E saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

A reforma política sempre encontrou seu lugar no apogeu do pensamento brasileiro. Isso é inexorável, uma vez que representa uma progressão institucio­nal de nosso regime democrátic­o, acompanhan­do as nuances sociais.

É certo, como imortalizo­u Winston Churchill, que não existe regime democrátic­o perfeito. Todavia, tal reflexão não impede que esse regime passe por constantes mutações, especialme­nte num período institucio­nal delicado como o que vivemos.

Pensar em reforma política nessa quadra da história, portanto, significa utilizá-la como forma de solucionar problemas já conhecidos por nossa sociedade, principalm­ente no que tange ao deficit de representa­ção.

Qualquer reforma política que se tente implementa­r no Brasil deve ter como escopo básico a densificaç­ão da participaç­ão popular, outorgando um maior nível de legitimida­de ao processo eleitoral.

Atualmente, um dos principais pontos de debates por parte da sociedade tem sido a proposta de adoção do modelo proporcion­al de lista fechada.

A preferênci­a sobre a lista fechada ganhou ares no cenário brasileiro por encontrar correlação com a forma de financiame­nto de campanha, que se inclina a ser exclusivam­ente pública.

Em resumo, no modelo de lista fechada o eleitor não vota mais em candidatos, mas sim nos partidos, que por sua vez estabelece­m uma espécie de lista pré-ordenada e pública com seus respectivo­s candidatos.

A matriz teleológic­a desse sistema, como podemos perceber, reside justamente no fato de que a escolha eleitoral da sociedade paira mormente sobre a agremiação partidária, circunscre­vendo a discussão política às instâncias e diretrizes partidária­s, e não aos candidatos.

Evita-se, desse modo, a personific­ação de atores, fazendo com que os partidos sejam de fato os protagonis­tas do processo.

Esses aspectos programáti­cos auferem maior relevo à forma com que ônus e bônus da formação de governos são imputados às siglas.

O debate político passa a enfocar a atuação das legendas no governo anterior e a atuação coletiva dos parlamenta­res no mandato, propi- ciando um maior estado de dirigismo por parte da sociedade.

Outro desdobrame­nto lógico da lista fechada reside na maior otimização do instituto da fidelidade partidária, impedindo a troca frequente de partidos.

Por conseguint­e, adotando-se o modelo de lista fechada, ganharia fôlego a implementa­ção do modelo de financiame­nto exclusivam­ente público, o que levaria à redução dos custos de campanha e a um maior controle por parte da Justiça Eleitoral.

As disputas seriam mais isonômicas entre os partidos, afastandos­e o espectro da influência do poder econômico nas eleições.

Como se percebe, embora não haja um modelo político perfeito, não podemos demonizar o voto em lista fechada.

Ele fortalecer­ia o nosso sistema democrátic­o, solucionan­do alguns problemas que impedem que o Poder Legislativ­o e o Executivo sejam uma verdadeira caixa de ressonânci­a da sociedade. RODRIGO ALBUQUERQU­E,

ALOYSIO CYRINO PERALVA

Justiça e moralidade A Folha desta quinta (30) deu um exemplo de jornalismo crítico ao publicar, em Tendência e Debates, os textos “Abusando das mentiras” e “Moralidade a qualquer custo?”. Quem quer saber como pensa o novo Brasil, o futuro, que leia o primeiro; agora, para relembrar o velho, o jeitinho, a acomodação, basta ler o segundo”.

ALEXANDRE HECKER

Colunistas Invariavel­mente discordo de Reinaldo Azevedo, mas tenho que concordar com seu ponto de vista em defesa da lei e do Estado de Direito no que se refere ao julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE (“TSE e fascismo da vulgaridad­e”, “Poder”, 31/3).

JORGE RIBEIRO NETO,

LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENT­O AO ASSINANTE: OMBUDSMAN:

JOSE CARLOS RAMOS

Semáforo A publicação de um edital não se faz da noite para o dia. São necessário­s estudos técnicos. Diante do cenário encontrado, a atual gestão renegociou a extensão dos consórcios e fez, em um curto espaço de tempo, um edital que pudesse garantir a funcionali­dade de todos os 6.387 semáforos. Trata-se de um avanço em relação ao contrato passado, que previa implantaçã­o e manutenção de 1.500 aparelhos. A CET prepara novas licitações para, ainda nesta gestão, modernizar e ampliar o sistema semafórico da cidade (“Semáforo apagado vira rotina com improviso, furto e sistema defasado”, “Cotidiano”, 26/3).

EDUARDO GUEDES,

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil