Folha de S.Paulo

Da política às gordinhas de Ondina

- THIAGO AMÂNCIO FERNANDO CESAR NOVAES GALHANO - Neste sábado (1º), às 16h, na Igreja Imaculado Coração de Maria (Capela da PUC), r. Monte Alegre, 948, Perdizes. SALIM DITTAR - Neste domingo (2), às 11h, na Paróquia N. Sra. de Lourdes, al. dos Piratinins, 6

Ganhou o país quando Eliana Kertész perdeu a eleição para deputada estadual na Bahia em 1990. Foi após a derrota e a separação do marido, mais ou menos na mesma época, que ela começou a fazer suas famosas “gordinhas”, esculturas que ganhariam as avenidas de Salvador e exposições ao redor do mundo.

Entrou para a política depois que conheceu o marido, Mário Kertész. Nomeado prefeito por Antônio Carlos Magalhães em 1979, no fim do mandato Mário rompeu com o governador e resolveu, como reação, lançar a mulher à Câmara Municipal, em 1982, que elegeu-se a vereadora mais votada naquele pleito.

Daí foi secretária de Educação de Salvador e coordenado­ra de turismo da Bahia.

Com a frustração da derrota em 1990, resolveu experiment­ar a cerâmica e nunca mais parou de esculpir mulheres em formatos exagerados, pelas quais ficou conhecida depois que três delas foram instaladas próximo à orla de Salvador e apelidadas de “gordinhas de Ondina”.

Expôs suas obras pelo país (na abertura de uma das mostras estava a ex-presidente Dilma Rousseff), além dos Estados Unidos e Europa.

As peças são uma reação aos padrões estéticos impostos sobre o corpo das mulheres e uma forma de retratar a si própria, também exagera- da, conta o filho Chico: “Era exagerada na comida, no afeto, na entrega às pessoas”, diz.

Não resistiu a um câncer e morreu no último domingo (26), aos 71, deixando quatro filhos e oito netos.

Uma missa de sétimo dia acontece neste sábado (1º), às 10h, na Igreja de N. Sra. da Vitória, em Salvador. coluna.obituario@grupofolha.com 19º ANO

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