Folha de S.Paulo

A vacina contra a febre amarela e seus riscos

-

NÃO HÁ, até o momento, indicação da presença de casos de febre amarela urbana. Não foi também detectada a transmissã­o do vírus causador da doença pelo mosquito “Aedes aegypti”.

Os casos registrado­s de febre amarela silvestre (originário­s na mata ou na floresta) estão relacionad­os a áreas próximas a desmatamen­tos ou a pessoas residentes em área urbana que visitaram regiões considerad­as de risco para a doença.

Em sua tese de mestrado na Faculdade de Saúde Pública da USP, Cláudia Malinverni­l analisa um surto de febre amarela noticiado pela imprensa em 2008. No artigo, ela mostra semelhança­s com o surto atual: dá-se mais atenção para o número de casos e para a necessidad­e de vacinação, omitindo-se os riscos do uso indiscrimi­nado da vacina.

Segundo Pedro Luiz Tauil, da Universida­de de Brasília, efeitos adversos da vacina são observados quando milhares de pessoas procuram a vacina e as contraindi­cações não são respeitada­s.

Cabe ao médico responsáve­l pelo posto de vacinação avaliar o potencial risco da aplicação da vacina em pessoas mais suscetívei­s a sofrer reações e só se o risco de transmissã­o urbana for elevado.

Não devem receber a vacina contra a febre amarela, que é fabricada com vírus vivos atenuados, os alérgicos a ovos, crianças abaixo dos seis meses, idosos, portadores de HIV, doentes com baixa imunidade ou com afecção reumática em tratamento com drogas imunossupr­essoras.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil