Folha de S.Paulo

Surgirão outras séries. Minha experiênci­a mostra que surgem em ciclos de cinco anos.

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Atravessam­os guerras, recessões, altos e baixos de todo tipo no mercado de língua inglesa. Nosso investimen­to tem um horizonte largo adiante. Não estamos pensando em dois anos. O Brasil é um país, jovem e grande. Há dois anos não surge uma grande tendência no mercado editorial no mundo. Séries infantojuv­enis como “Crepúsculo” e “Divergente” chegaram ao fim. Há algo no horizonte?

Adoraria saber a próxima. Posso falar sobre os EUA. Depois de “A Garota no Trem”, surgiram vários livros com “garota” no título. Agora, surgiram vários com “órfão”, mas não sei se isso vai dar certo. Precisar tanto do mercado de cinema e TV para vender não é um sinal de que os livros já não são tão influentes?

Acho que é um bom sinal. Há um investimen­to em narrar histórias. Como cresceu muito a demanda por televisão, [os estúdios] estão buscando os livros porque houve um esgotament­o de personagen­s adaptados. Quando acabaram as franquias de super-heróis, eles vieram atrás das editoras. Para mim, é um sinal de que os autores nunca foram tão influentes como agora. americano, que escreve com uma equipe de autores], mas ele é único. Tem autores que escrevem o primeiro livro sozinhos e para o segundo chamam um co-autor. Acho que esse modelo do cinema só funciona na autopublic­ação, onde o autor vai publicando capítulo a capítulo e testando assim a reação dos leitores. lei do preço fixo do livro, que limitaria os descontos dados por livrarias. Como você avalia a adoção de leis desse tipo?

Nos mercados em que há preço fixo, vejo maior estabilida­de no varejo, o que gera mais investimen­tos no mercado editorial. Toda a cadeia tem segurança sobre qual será a margem [de lucro] em cada elo da corrente. O preço fixo oferece isso, e o dinheiro flui.

Em países onde isso não existe, a maior editora do mercado faz investimen­tos e costuma ter uma perda no curto prazo, mas conquistan­do uma fatia maior do mercado no longo prazo. É bom para o mercado se desenvolve­r.

O mercado de língua inglesa não tem [preço fixo], e o europeu [continenta­l] quase todo tem. E na Europa ele é mais estável. Acho que o preço fixo no Brasil poderia encorajar investimen­tos no setor.

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