Pela 1ª vez em 4 anos, menos de 90 milhões têm uma ocupação
Fatia da população apta a trabalhar e com emprego recua a nível recorde
Com o aumento do desemprego no país, que chegou a 13,2% em fevereiro, a taxa de ocupação (medida pelo número de pessoas empregadas entre aqueles com idade para trabalhar) continuou a se deteriorar e atingiu o seu menor patamar desde 2012, quando o IBGE iniciou a pesquisa.
No trimestre encerrado em fevereiro deste ano, apenas 53,4% dos 167,4 milhões de brasileiros aptos a trabalhar (ou 89,3 milhões de pessoas) tinham uma ocupação. Foi a primeira vez, desde 2013, que o número de ocupados caiu abaixo de 90 milhões.
Nos três meses imediatamente anteriores, esse número era de 54,1% e chegou a estar na casa de 57% em 2014, antes do início da recessão.
“A taxa de ocupação vem caindo de forma muito rápida, o que mostra que a economia está de fato muito fraca neste momento. Não é só uma crise profunda, mas também duradoura”, disse o pesquisador da área de economia aplicada do FGV/Ibre, Fernando de Holanda Barbosa Filho.
De fato, os dados divulgados pelo IBGE mostram que a situação piorou.
Em um ano, o número de pessoas na fila do emprego aumentou em 3,2 milhões.
No período, houve grande queda, de 4,8%, no número de trabalhadores por conta própria, posição que vinha sendo encarada como uma alternativa para sobreviver ao Geraldo Alckmin, sancionou na quinta-feira (30) o reajuste de 7,62% do piso salarial de funcionários cujas categorias são regidas por leis estaduais. O piso da primeira faixa, que abrange domésticos, pescadores e pintores, passará de R$ 1.000 para R$ 1.076,20. desemprego, e o número de trabalhadores com carteira assinada recuou 3,3%.
“É uma queda forte e de lenta recuperação. Ao se destruir um posto de trabalho, a recuperação leva tempo”, disse Cimar Azeredo, coordenador do IBGE.
Ele ressaltou, porém, que os indicadores de fevereiro mostram retração menor do que em períodos anteriores. O crescimento da taxa de desemprego com relação ao ano anterior, por exemplo, é inferior aos 40,3% verificados no mesmo período de 2016.
“Estamos diante de um cenário desfavorável, com recordes de desocupação, mas as taxas estão subindo menos com relação ao ano passado.”
Azeredo evitou, porém, análises sobre a sustentabilidade deste movimento.
Para Barbosa, da FGV, o desemprego só deve começar a recuar no segundo semestre.
Desde antes da crise, no primeiro trimestre de 2014, a taxa de desemprego praticamente dobrou e 6,9 milhões de pessoas entraram na fila do emprego no país. Pessoas ocupadas, em % da população em idade de trabalhar 57,3 População ativamente procurando emprego, em % da população economicamente ativa