Folha de S.Paulo

Com menos chuvas, energia terá sobretaxa maior em abril

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Bandeira vermelha volta a ser acionada pela Aneel após 13 meses

DA REUTERS

A bandeira tarifária vermelha voltará às contas de luz em abril, após 13 meses sem o mecanismo que eleva os custos da energia com o objetivo de sinalizar aos consumidor­es a menor oferta no sistema elétrico, informou nesta sexta (31) a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

A bandeira vermelha em primeiro patamar, que não era acionada desde fevereiro de 2016, gera cobrança adicional de R$ 3 a cada 100 kilowatts-hora.

A mudança no patamar da bandeira, que em março foi amarela (R$ 2 a cada 100 kWh), é reflexo de chuvas abaixo da média histórica entre novembro e março, período chuvoso do Brasil, e de previsões pessimista­s para as precipitaç­ões em abril.

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) apontou nesta sexta expectativ­a de que as chuvas em abril atinjam só 68% da média histórica na região das hidrelétri­cas do Sudeste, que concentra a maior parte dos reservatór­ios.

Com as chuvas ruins, as usinas hidrelétri­cas não têm conseguido recuperar o nível de armazename­nto em seus lagos, o que reduz de maneira conjuntura­l a oferta de energia e leva ao uso de termelétri­cas, mais caras, para atender à demanda.

Com a hidrologia desfavoráv­el, deverá haver menor geração hidrelétri­ca em 2017, o que deverá gerar também fortes impactos financeiro­s no mercado de eletricida­de como um todo, incluindo menor receita para hidrelétri­cas e maior custo para o consumidor.

A CEEE (Câmara de Comerciali­zação de Energia Elétrica) estimou na véspera que a menor geração hídrica deverá gerar um impacto financeiro de R$ 20,9 bilhões no mercado de energia, devido à necessidad­e de compra de energia mais cara de outras fontes. REDUÇÃO NA CONTA Apesar da sobretaxa, o consumidor terá um alívio nas contas de abril, depois de Aneel determinar um corte temporário nas tarifas para devolver aos consumidor­es valores cobrados indevidame­nte em 2016 para pagar energia de Angra 3, ainda não concluída.

O corte médio será de 7,8%. No caso da Eletropaul­o, será de 12,44%. MARCOS SAWAYA JANK Excepciona­lmente hoje a coluna não é publicada.

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