Folha de S.Paulo

Técnico credita ascensão mundial à frieza de Calderano jogando

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DE SÃO PAULO

Um dos técnicos de Hugo Calderano costuma dizer que ele é um “brasileiro-sueco”. O mesa-tenista explica:

“Por fora eu sou frio, não demonstro emoções, o que é uma boa qualidade. Por dentro, eu tenho aquela vontade, aquele fogo nos olhos. Eu acho que esse contraste combina muito bem”, afirma.

Um dos segredos do bom momento do carioca está relacionad­o ao autocontro­le.

“Meu pai sempre me dizia que o jogo nunca pode ser mais importante do que o jogador. É uma frase que eu guardo até hoje”, comenta.

Hugo é um mesa-tenista de caracterís­tica agressiva, mas que sabe ser racional o suficiente para não se deixar desestabil­izar com os erros. Ele considera essa capacidade de se manter plácido como um trunfo em relação aos rivais.

O jeito tranquilo também é visto fora da mesa. “Sempre fui calmo, mas gosto muito de ficar com a galera, amigos, família. De fazer brincadeir­as, de rir bastante”, diz ele, cujo ídolo é Roger Federer.

Recentemen­te, o brasileiro obteve duas conquistas individuai­s, não ligadas ao esporte. Em novembro, tirou carta pela primeira vez e, agora com carro, não precisa mais andar no meio da neve pelas ruas de Ochsenhaus­en.

“Nem tem transporte público na cidade. Geralmente ia para o treino de bicicleta, mas na neve é complicado.”

A outra foi nos estudos. Como teve de abandonar o Ensino Médio para se dedicar ao tênis de mesa, Hugo não detinha diploma. Sua mãe, Elisa, correu atrás de um certificad­o na Europa e, entre um torneio e outro na Alemanha, pegou um trem para Paris e fez uma prova que comprova sua capacitaçã­o. “E ele passou”, brinca Elisa. (PRC)

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