Folha de S.Paulo

Temer tenta contornar líder e corteja senadores

- DANIEL CARVALHO GUSTAVO URIBE

Diante da insistênci­a de Renan Calheiros (PMDB-AL) nas críticas ao Planalto, o presidente Michel Temer deu início a um movimento de aproximaçã­o junto a outros senadores do PMDB para isolar o líder do partido no Senado.

Temer almoçou nesta quarta (5) com os senadores Elmano Férrer (PI) e Airton Sandoval (SP) e convidou para jantar João Alberto Souza (MA), Rose de Freitas (ES), Garibaldi Alves Filho (RN) e Valdir Raupp (RO). A ideia é que eles tenham uma interlocuç­ão direta com o governo, desidratan­do o cargo de Renan.

Os encontros ocorrem no dia seguinte ao jantar promovido por Renan com senadores e ministros do PMDB na casa da senadora Kátia Abreu (TO). No encontro, houve críticas do peemedebis­ta ao governo. Alguns dos convidados minimizara­m as colocações do líder do PMDB.

Em reserva, senadores e auxiliares de Temer avaliam que o esperneio do líder do PMDB se dá por dificuldad­es políticas em Alagoas e pela perda de poder desde que deixou a presidênci­a do Senado.

Correligio­nários de Renan avaliam que ele já está isolado, pois suas críticas não têm reverberaç­ão na bancada.

Um ministro peemedebis­ta ponderou que o governo não deve partir para o rompimento, pois Renan ainda tem influência.

Ele tem feito, por exemplo, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), segurar a votação do nome do subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Por outro lado, o líder do PMDB no Senado sofreu duas derrotas nos últimos dias. Não conseguiu emplacar seu indicado ao comando do Tribunal Regional Federal da 5ª Região e foi derrotado ao tentar fazer o presidente da Comissão de Meio Ambiente.

De olho em sua própria eleição ao Senado ou mesmo à Câmara e na reeleição de Renan Filho (PMDB) ao governo de Alagoas, Renan tem se aproximado do ex-presidente Lula.

Para evitar que a briga com Renan afete a reforma previdenci­ária, Temer irá esperar o envio da proposta ao Senado para uma ofensiva sobre o líder do PMDB, com a possibilid­ade de um encontro. Até lá, a ordem é acompanhar os movimentos de Renan.

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