Folha de S.Paulo

Trump tira aliado polêmico de órgão-chave

Presidente recua e desiste de ter o seu estrategis­ta-chefe, Steve Bannon, no Conselho de Segurança Nacional

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Críticos afirmavam que a presença do ultraconse­rvador politizava de forma indevida o colegiado

O presidente americano, Donald Trump, tirou seu estrategis­ta-chefe, Steve Bannon, do Conselho de Segurança Nacional, recuando de decisão que gerou polêmica no início de seu mandato.

Num memorando divulgado nesta quarta-feira (5), Bannon já não aparece mais na lista do Comitê Diretor, grupo ocupado pelos mais altos funcionári­os que têm como tema de interesse a segurança nacional, como o vice-presidente e os secretário­s de Estado e de Defesa. Para críticos, a presença de Bannon politizava o conselho.

Outra decisão controvers­a revogada foi a de rebaixar dentro do conselho o comandante do Estado-Maior das Forças Armadas, o general Joseph Dunford, e o diretor de Inteligênc­ia Nacional, posto agora ocupado por Dan Coats.

Desde o início do governo Trump, os dois ocupantes dos cargos —que eram parte do comitê diretor no governo Obama— só eram convocados quando o assunto em questão “lhes dizia respeito diretament­e”. Agora, eles retornam ao seleto grupo.

Também foram incluídos como membros permanente­s o secretário de Energia, Rick Perry, o diretor da CIA, Mike Pompeo, e a embaixador­a dos EUA na ONU, Nikki Haley.

As mudanças foram feitas pelo novo conselheir­o de Segurança Nacional, o tenentegen­eral H. R. McMaster, que substituiu o general reformado Michael Flynn, após sua queda, em fevereiro.

Flynn renunciou após ter sido revelado que ele conversou em dezembro, antes de Trump assumir, com o embaixador russo nos EUA, Sergei Kislyak, sobre as sanções aplicadas contra Moscou.

Funcionári­os da Casa Branca disseram ao “New York Times” que a decisão de retirar Bannon do Conselho de Segurança Nacional não representa uma perda de prestígio do polêmico estrategis­ta, que era responsáve­l pelo site ultraconse­rvador Breitbart News antes de se juntar à equipe de Trump.

Segundo eles, Bannon tinha sido colocado pelo presidente no conselho para “monitorar” Flynn —o que agora não seria mais necessário. Ainda segundo o jornal, o estrategis­ta manterá as credenciai­s altas, o que significa ter acesso às informaçõe­s mais sigilosas de segurança nacional. (ISABEL FLECK)

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Jonathan Ernst - 15.mar.2017/Reuters Steve Bannon, estrategis­ta-chefe do governo Trump

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