Diante dos pedidos de parlamentares para permitir o
O relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), pretende alterar a proposta do governo para o cálculo de pensões por morte e garantir o piso de um salário mínimo.
A decisão já foi repassada a deputados da base e confirmada pela Folha com parlamentares envolvidos nas negociações para aprovação da reforma, prioridade de Michel Temer no Congresso.
O texto original prevê que a pensão por morte será de 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia, acrescida de 10% para cada dependente.
Isso significa que o benefício poderia ser de apenas 60% do salário mínimo no caso de uma pessoa viúva sem dependentes.
A decisão do relator é manter a fórmula de cálculo proposta por Temer para quem tem benefícios maiores, mas garantir o salário mínimo.
O deputado Eduardo Bar- bosa (PSDB-MG), que ouviu do relator a garantia de mudança durante reunião com a bancada tucana, criticou o texto original do governo.
“Esse ponto era perverso. Quem tem pensão de um salário mínimo é pobre”, afirmou Barbosa.
A presidente Dilma Rousseff enviou uma medida provisória ao Congresso com essa mesma regra de cálculo. Mesmo garantindo o piso de um salário mínimo, já que não alterava a Constituição, o trecho foi derrubado.
Outro ponto que Oliveira Maia afirmou a aliados que vai alterar é a diferenciação no cálculo da aposentadoria por invalidez decorrente de acidente de trabalho ou fora do ambiente de trabalho. Ele pretende garantir o benefício completo nos dois casos.
A proposta da equipe de Temer previa o valor de 100% da média das remunerações apenas em casos de incapacidade decorrente de acidente de trabalho. ACÚMULO acúmulo de pensão e aposentadoria, o relator estuda ainda a permissão do acúmulo limitado ao teto de dois salários mínimos (R$ 1.874).
Esse ponto, contudo, ainda é alvo de debate, já que muitos defendem que o acúmulo possa ocorrer até o teto do INSS (R$ 5.531,31).
O texto original de Temer, que a equipe econômica batalha para manter inalterado, proíbe esses acúmulos.
O governo diz que a idade mínima de 65 anos é um ponto inegociável do texto. Outras alterações, na avaliação de políticos próximos ao presidente, serão analisadas de acordo com o impacto nas contas. O texto original, no entanto, enfrenta resistência inclusive das bancadas aliadas ao governo.
Oliveira Maia tem se reunido com as bancadas dos partidos da Câmara para recolher sugestões de mudança. A apresentação do relatório deve ocorrer na segunda quinzena de abril, após a Páscoa. Depois, tem de ser votado pela comissão e passar pelos plenários da Câmara e do Senado.
Pela primeira vez desde 2003, os reajustes salariais no Brasil tiveram variação real negativa. Descontada a inflação, os trabalhadores viram sua remuneração encolher em média 0,52% em 2016, segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
A proporção de reajustes abaixo da inflação quase dobrou em relação a 2015, de 18,7% para 36,7%. Na outra ponta, os reajustes acima da inflação atingiram o segundo menor patamar da série do Dieese, iniciada em 1996.
Em 2016, 18,9% dos reajustes ficaram acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Apenas 2003 registrou uma proporção menor, de 18,8%.
A maior parte desses reajustes foi pouco acima da inflação, entre 0,01% e 1% superiores ao INPC.
Cerca de 44% dos reajustes foram igual à inflação, maior patamar de toda a série.
Os reajustes parcelados dispararam no ano passado. Se entre 2008 e 2014 eles nunca superaram a faixa de 7%, em 2015 o percentual subiu para 13,7% e, em 2016, para 29,6%.
As médias, porém, escondem movimento de recuperação ao longo do ano. Desde setembro, com a queda na inflação, mais da metade dos acordos estabeleceu percentuais iguais ao INPC.