Produtora elege música como foco de documentários
DE SÃO PAULO
AsligaçõesdeOmarMarzagão, 45, com a música estão no código genético. Augusto Marzagão,seupai,criouoFestivalInternacionaldaCanção, o FIC, que eletrizou plateias no Maracanãzinho em sete edições, de 1966 a 1972.
O forte sotaque latino do empresário contrasta com o passaporte brasileiro. Ele cresceu no México, onde o pai trabalhou no conglomerado de comunicações Televisa. O filho também trabalhou na emissora, inclusive na produção de uma novela de sucesso mundial, “Maria do Bairro”, que chegou ao Brasil.
Marzagão morou também em Nova York e Londres. No México, fora da Televisa, organizou eventos culturais em sítios arqueológicos. Decidido a se fixar no Brasil, criou no Rio a produtora Sete Artes, que ganhou destaque com os shows feitos com holograma de Cazuza, de grande sucesso em 2013.
Além do projeto com a bossa nova, a Sete Artes tem no forno outros produtos ligados à música. Está rodando no Brasil e em Portugal uma série documental sobre Alceu Valença. Cada episódio conta parte da vida do cantor pernambucano a partir de uma de suas músicas.
“Nesse projeto do Alceu, que tem direção de Walter Carvalho, estamos trabalhando em parceria com a produtora Tapioca, de Tocantins. É importante descentralizar a produção”, diz Marzagão. Sua produtora também está tocando um documentário com parceiros portugueses sobre o Complexo do Alemão.
A Sete Artes tem mais dois projetos musicais. Um é a série sobre o músico e produtor Lincoln Olivetti (1954-2015), nome importante na modernização da MPB nos anos 1980 e amigo de Marzagão.
“Ele nunca se abriu para a imprensa, era muito reservado, mas cedeu os direitos de sua história para mim.” A série deve ser exibida no canal Music Box Brasil.
Outro título em produção é “O Silêncio que Canta por Liberdade”,documentárioinvestigativo sobre o impacto dacensuranamúsicanordestina durante a ditadura.
“Todo mundo só fala dessa intervenção no eixo RioSão Paulo. Temos aí uma história para ser contada”, aposta Marzagão. (TM)