Na prática, o documento fazumanovadistribuiçãodas
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quem ingressar no chamado ensino fundamental a partir de 2019 deve ser alfabetizado mais cedo e ter noções de estatística desde o 1º ano da escola (aos seis anos).
As orientações estão na base nacional curricular, uma referência do que deve ser ensinado em todas as escolas do país —públicas e privadas.
O documento de 396 páginas foi entregue nesta quinta (6) pelo Ministério da Educação para apreciação do CNE (Conselho Nacional de Educação). É a terceira versão de uma proposta que foi apresentada em setembro de 2015 pelo MEC e que teve versões divulgadas por três ministros.
Nada muda por enquanto. Se aprovada neste ano pelo CNE, a expectativa é iniciar a implementação em 2019.
A nova base prevê que todos os alunos sejam alfabetizados até o 2º ano do ensino fundamental —mais cedo do que a diretriz do Plano Nacional de Educação, que falava em dar foco à alfabetização das crianças até o 3º ano.
“As crianças mais pobres têm o direito de serem alfabetizadas ao mesmo tempo que as crianças das escolas privadas. A medida em que assegura esse direito, geramos mais equidade”, disse o ministroMendonçaFilho(MEC). HABILIDADES chamadas habilidades a serem desenvolvidas nos dois primeiros anos do fundamental. Com isso, a ênfase ao processo de letramento passa dos oito para os sete anos.
A mudança foi bem recebida por alguns especialistas.
“O Brasil tradicionalmente esperava que estivesse alfabetizado aos oito anos, para verificar isso só aos nove anos. É muito tarde. Se não está alfabetizado, como o aluno vai aprender o resto?”, afirma Denis Mizne, diretor da Fundação Lemann.
O documento traz um compilado de habilidades que devem ser desenvolvidas no ensino infantil e em cada ano do fundamental (em quatro áreas do conhecimento).
Hoje, o que é ensinado nas escolas se baseia em diretrizes municipais ou estaduais de ensino, no material didático e em avaliações.
Entre as alterações em relação aos textos anteriores estão o aumento de conteúdos de probabilidade e estatística em matemática, reforço da ordem cronológica para o ensino de história e maior atenção à redação em português.
A nova versão do documento também traz a obrigatoriedade do ensino de inglês, incluindo a gramática.
O ensino religioso, que aparecia até a segunda versão da base, foi excluído —o que provocou reação.
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) enviou uma carta ao Conselho Nacional de Educação em que afirma que a omissão do ensino religioso na 3ª versão da base curricular é “inconstitucional”, uma vez que a disciplina é exigida na Lei de Diretrizes e Bases.
“Julgamosnecessáriomantê-lo no texto final da base, a fim de evitar diferentes interpretações que dificultam sua