Pulitzer destaca abuso policial em NY e guerra às drogas nas Filipinas
Em crítica velada a Trump, diretor do prêmio diz que jornalismo é ‘pilar’ da democracia
DE SÃO PAULO
O Prêmio Pulitzer de jornalismo anunciou nesta segunda-feira (10) como vencedores na categoria Serviço Público, a principal do concurso, o jornal “Daily News” e a agência de jornalismo investigativo ProPublica por uma série de reportagens sobre abusos policiais em operações de remoções forçadas em Nova York.
As reportagens revelaram violações promovidas por agentes de segurança contra centenas de pessoas, em geral minorias e populações de baixa renda, e levaram o Departamento de Polícia da cidade a rever e reformar suas normas de conduta.
Na categoria Fotografia de Furo de Reportagem, o vencedor foi o fotógrafo freelancer Daniel Berehulak por um ensaio no “The New York Times” sobre a guerra às drogas nas Filipinas.
Desde junho do ano passado, quando Rodrigo Duterte chegou à Presidência do país com um discurso linha-dura contra o tráfico de drogas, mais de 8.000 pessoas foram mortas pela polícia e por grupos de extermínio.
Também foi premiada, na categoria Reportagem Explicativa, a série dos Panama Papers, que revelou transações financeiras de pessoas ligadas a líderes políticos, empresários e celebridades envolvendo empresas offshore.
A equipe do jornal “The New York Times” venceu em três categorias, inclusive a de Reportagem Internacional pelo trabalho sobre as práticas adotadas pelo governo do presidente russo, Vladimir Putin, para projetar poder no exterior, valendo-se de espionagem e assassinatos de opositores.
“Os trabalhos vencedores do Prêmio Pulitzer nos lembram que, em vez de estarmos vivendo um período de declínio do jornalismo, nós estamos atravessando uma revolução”, declarou Mike Pride, diretor do concurso. “A era digital deu aos jornalistas de hoje ferramentas que seus antecessores mal podiam imaginar.”
Em uma referência indireta aos ataques do presidente Donald Trump à imprensa nos EUA, Pride afirmou que o jornalismo, embora tenha falhas, é “um pilar da democracia”. “Por revelarem verdades inconvenientes, jornalistas sempre serão alvos fáceis”, disse.
Concedido anualmente desde 1917 pela Universidade Columbia, o Pulitzer premia trabalhos jornalísticos e literários publicados em veículos dos Estados Unidos e é um dos concursos mais prestigiados do mundo. Neste ano, foram submetidos aproximadamente 1.100 trabalhos em 21 categorias.
Uma criança de oito anos morreu após ser baleada dentro da sala de aula de uma escola em São Bernardino, na Califórnia, nesta terça-feira (10).
O tiro foi disparado por Cedric Anderson, 53, que matou sua ex-mulher, Karen Elaine Smith, 53, e se suicidou depois.
Outra criança de nove anos foi atingida internada em estado grave. Karen era professora de alunos com necessidades especiais no local. Ela havia sido casada com Anderson por alguns meses. Os dois estavam separados há pelo menos 30 dias.
O chefe da polícia local, Jarrod Burguan, afirmou que o assassino tinha antecedentes criminais relacionados ao uso de armas e violência doméstica.
Os dois alunos atingidos estavam atrás da professora quando os disparos foram feitos. De acordo com a investigação, eles não eram o alvo.
Os demais estudantes da escola North Park foram levados para uma escola vizinha para serem buscados pelos pais.
San Bernardino, a 96 km de Los Angeles, foi palco de um ataque de atiradores que deixou 14 mortos e 17 feridos em um centro de assistência a pessoas com deficiência, em dezembro de 2015.
A cidade vive um aumento da violência. De acordo com o jornal “Los Angeles Times”, 62 assassinatos foram registrados em 2016, o maior número desde 1995.