Folha de S.Paulo

Operação domina conversas em feira no PR

- WILHAN SANTIN

FOLHA,

A Carne Fraca esteve em praticamen­te todas as rodas de conversa da 57ª Exposição Agropecuár­ia e Industrial de Londrina, encerrada no domingo (9), uma das mais importante­s do setor no país.

Enquanto os números parciais dos negócios realizados na feira indicam o início de uma recuperaçã­o do mercado, a queda dos valores pagos pelos frigorífic­os aos produtores deixa os pecuarista­s insatisfei­tos.

Afrânio Brandão, 66, presidente da SRP (Sociedade Rural do Paraná), entidade organizado­ra do evento, afirmou que temia um fracasso na parte de pecuária da exposição. Depois, no entanto, se disse “aliviado” e estima um cresciment­o de 10% a 12% no volume de negócios envolvendo bovinos em comparação com 2016.

Por outro lado, André Carioba, 47, produtor de gado em sistema de confinamen­to e uma das vozes mais ativas na pecuária do Paraná, é direto: “Estou desanimado [após a operação]”. Total)

Em uma propriedad­e em São Sebastião da Amoreira, norte do Estado, Carioba tem capacidade de 2.160 animais para engorda, chegando a 9.000 abates por ano.

No entanto o plantel está diminuindo. Segundo ele, as vendas para abate caíram 20% e ele está comprando 30% menos do que normalment­e compraria de bezerros para engordar.

“Antes da operação, eu vendia para um frigorífic­o da região por R$ 150 a arroba. Hoje, estou vendendo a R$ 143.” Para ele, o preço ideal teria de ser de R$ 180.

A agência de classifica­ção de risco Moody’s anunciou nesta segunda-feira (10) a revisão da nota de crédito (rating) da Petrobras, que subiu de B2 para B1.

Foi a segunda agência a melhorar a nota da estatal neste ano —em fevereiro, a Standard & Poors (S&P) tomou decisão semelhante.

Com a revisão, a Petrobras está agora a quatro níveis do chamado “grau de investimen­to”, status de bom pagador conferido pelas agências. A Moody’s rebaixara a estatal para a categoria “junk” (lixo) em fevereiro de 2015.

A agência mudou ainda a perspectiv­a da nota de estável para positiva, o que significa que poderá subir a classifica­ção novamente.

A nota de crédito influi no custo de captação de recursos por uma empresa.

O anúncio contribuiu para que as ações da estatal fechassem o dia em alta: as ordinárias, com direito a voto, subiram 1,69%, e as preferenci­ais avançaram 1,63%. A Bolsa de Valores de São Paulo terminou o dia em alta de 0,09%.

Em comunicado, a Moody’s diz que a liquidez e os indicadore­s financeiro­s da Petrobras apresentar­am evolução nos últimos trimestres, como resultado de menores investimen­tos, maior disciplina operaciona­l e da valorizaçã­o do real, que melhorou os custos.

Além disso, a agência cita a nova política de preços dos combustíve­is, que melhorou a flexibilid­ade para sustentar as margens de venda dos produtos e a fatia de mercado da estatal.

Por outro lado, mantém preocupaçã­o com US$ 19 bilhões em dívidas vencendo nos próximos dois anos, período em que a empresa ainda estará pressionad­a pelos baixos preços do petróleo no mercado internacio­nal.

Em nota, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que a revisão “reconhece o trabalho intenso que vem sendo feito” pela gestão da companhia. (NICOLA PAMPLONA)

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Carllos A Bozelli - 30.mar.17/Futura Press/Folhapress Gado em exposição em feira agropecuár­ia em Londrina

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