Folha de S.Paulo

CRÍTICA Drama expõe casamento infantil no Iêmen

Filme tem inegável importânci­a ao provocar a reflexão sobre essa tradição e ao contribuir na mudança da situação

- ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ

FOLHA

Em 2008, a menina iemenita Nujood Ali, 10, teve a coragem de romper um tabu ao pedir —e obter— o divórcio de um marido que tinha o triplo de sua idade com o qual se casara à força. Inédita, a proeza teve repercussã­o mundial, e Nujood virou um símbolo.

A história rendeu um livro e foi levada às telas pela iemenita Khadija Al-Salami, vítima da mesma selvageria.

Ao contar desde o nascimento a história da menina, que aqui se chama Nojoom (Reham Mohammed), o filme apresenta o contexto dessa bárbara tradição. A religião é apenas um dado para explicála e não é o principal. O fator tribal —em que a honra familiar tem enorme importânci­a e não se casar jovem é mal visto— tem muito mais peso.

Sem recursos no campo, o pai de Nojoom vai com a família para a cidade, mas não consegue trabalho. Para pagar o aluguel e comer, resolve vender a filha menor.

Para muitas dessas crianças, o casamento é uma fantasia com vestido branco e príncipe encantado. Mas a realidade é outra: violada na noite de núpcias, espancada pelo marido por sua “indolência”, Nojoom é obrigada a trabalhar duro nas tarefas domésticas e no campo.

A inocência de Nojoom é constantem­ente colocada em bom muito bom ótimo

Ssem avaliação

 ??  ?? Atriz-mirim Reham Mohammed intepreta Nojoom no longa
Atriz-mirim Reham Mohammed intepreta Nojoom no longa

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil