CRÍTICA Drama expõe casamento infantil no Iêmen
Filme tem inegável importância ao provocar a reflexão sobre essa tradição e ao contribuir na mudança da situação
FOLHA
Em 2008, a menina iemenita Nujood Ali, 10, teve a coragem de romper um tabu ao pedir —e obter— o divórcio de um marido que tinha o triplo de sua idade com o qual se casara à força. Inédita, a proeza teve repercussão mundial, e Nujood virou um símbolo.
A história rendeu um livro e foi levada às telas pela iemenita Khadija Al-Salami, vítima da mesma selvageria.
Ao contar desde o nascimento a história da menina, que aqui se chama Nojoom (Reham Mohammed), o filme apresenta o contexto dessa bárbara tradição. A religião é apenas um dado para explicála e não é o principal. O fator tribal —em que a honra familiar tem enorme importância e não se casar jovem é mal visto— tem muito mais peso.
Sem recursos no campo, o pai de Nojoom vai com a família para a cidade, mas não consegue trabalho. Para pagar o aluguel e comer, resolve vender a filha menor.
Para muitas dessas crianças, o casamento é uma fantasia com vestido branco e príncipe encantado. Mas a realidade é outra: violada na noite de núpcias, espancada pelo marido por sua “indolência”, Nojoom é obrigada a trabalhar duro nas tarefas domésticas e no campo.
A inocência de Nojoom é constantemente colocada em bom muito bom ótimo
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