Folha de S.Paulo

São Paulo, a redução chega a 80%. Supermerca­dos apostam em peixes mais baratos.

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Mais cautelosos na hora de gastar, consumidor­es devem trocar ovos de Páscoa por bombons e barras de chocolate, dar presentes sem personagen­s famosos na embalagem para as crianças e preferir itens menores neste ano.

Quatro em cada dez (39%) dizem que devem gastar menos na Páscoa deste ano do que em 2016, de acordo com pesquisa feita pelo SPC Brasil e pela CNDL (Confederaç­ão Nacional de Dirigentes lojistas) com 1.034 consumidor­es de todo o Brasil.

O aumento dos preços dos produtos típicos da Páscoa foi o motivo mais citado para reduzir gastos, indicado por 42% dos que querem economizar e à frente do desempre- go, com 21% de menções.

Não irão comprar presentes 15% dos consumidor­es. Desse grupo, 22% justificam a decisão por estarem endividado­s e 17% não comprarão em razão do desemprego.

Outros 18% afirmam não ter o costume de presentear na Páscoa. MENOS OVOS Apesar da cautela, supermerca­dos esperam uma leve melhora no desempenho do setor neste ano.

A Apas (Associação Paulista de Supermerca­dos) prevê uma alta de 2% nas vendas do período, já descontada a inflação. No ano anterior, o avanço havia sido de 1%.

Rodrigo Mariano, gerente de economia e pesquisa da associação, atribui a melhor perspectiv­a de cresciment­o à desacelera­ção da inflação, o que possibilit­ou ganho de renda para os consumidor­es.

Porém, como reflexo da economia pouco aquecida, o cresciment­o deve ser maior entre chocolates em barra e bombonsdoq­ueemovosde Páscoa, que devem se manter estáveis ou vender menos neste ano, diz.

A alternativ­a para manter os ovos competitiv­os nesse cenário foi investir em maior variedade itens pequeno, com peso entre 100 g e 300 g, diz Mariano.

Outra estratégia do varejo é oferecer parcelamen­to das compras de Páscoa em até dez vezes sem juros.

A cautela do consumidor afeta também as vendas do bacalhau, tradiciona­l prato da Semana Santa.

No Mercado Municipal de INDÚSTRIA A indústria espera um resultado da Páscoa similar ou levemente melhor do que o de 2016, diz Ubiracy Fonseca, presidente da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados).

Empresas também apostaram menos em licenciame­nto de produtos com marcas de personagen­s de desenhos e filmes.

“É possível ter um brinquedo atraente sem precisar ter um custo com royalties altos. Com isso, é possível diminuir o preço em R$ 4, R$ 5 por unidade”, afirma.

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Rivaldo Gomes/Folhapress Ovos vendidos em até dez parcelas em supermerca­do de SP

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