Folha de S.Paulo

Biológicos PDP

- NATÁLIA CANCIAN

(feitos a partir de parcerias para transferên­cia de tecnologia entre empresas públicas e privadas)

DE BRASÍLIA

Ao mesmo tempo em que uma nova lei prevê prazo de até um ano para análise e registro de novos medicament­os, dados sobre o cenário atual indicam que essa meta poderá não ser atingida.

Hoje, o tempo médio na fila para registro desses produtos já chega a quatro anos, segundo levantamen­to da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêuti­ca de Pesquisa), obtido pela Folha.

O processo de registro é necessário para que novos medicament­os, após passarem pelos estudos de segurança, qualidade e eficácia, possam ser comerciali­zados no país.

No Brasil, esse aval cabe à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que analisa os pedidos com base no resultados de estudos e em critérios técnicos.

Os dados sobre o tempo médio de registro vêm do intervalo entre o protocolo e as decisões da agência.

A espera é maior para alguns medicament­os. É o caso dos chamados “similares” sintéticos, semelhante­s a outro de referência, cujo tempo CONSEQUÊNC­IAS Para a indústria e associaçõe­s de pacientes, a longa fila para análise de alguns medicament­os pode indicar restrições ao consumidor, que deixa de ter acesso a novas terapias ou a remédios mais baratos —pela regra, genéricos precisam ter valor 35% menor que o de referência.

“Há duas consequênc­ias. Quando o medicament­o é novo, isso atrasa a possibilid­ade do brasileiro ter o tratamento. A demora ajuda a judicializ­ação [por remédios do exterior] e afeta o paciente. Quando já existe outro, a competição e a redução de preços são prejudicad­os”, diz Antônio Britto, da Interfarma.

Segundo a Anvisa, a diferença no tempo médio entre as categorias ocorre devido

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