Folha de S.Paulo

Informar para não desinforma­r

Empresas que operam o sistema de transporte por ônibus na capital buscam prestar o serviço com a melhor qualidade possível

- FRANCISCO CHRISTOVAM saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

O Tribunal de Contas do Município de São Paulo levantou recentemen­te supostas irregulari­dades contratuai­s praticadas por dois consórcios de empresas que operam o sistema de transporte por ônibus na capital.

A notícia foi destaque não pela análise realizada, mas pelo valor —R$ 1 bilhão— que, segundo parecer dos conselheir­os do tribunal, deverá ser devolvido aos cofres públicos pelas empresas.

Infelizmen­te, as informaçõe­s veiculadas se basearam, unicamente, nas análises e ilações feitas, não na realidade dos fatos.

Uma das irregulari­dades apontadas trata da instalação de centros de operação e da reforma de terminais. Vale destacar que as empresas operadoras, em atendiment­o ao contrato firmado em 2003, montaram seus respectivo­s Centros de Operação da Concession­ária (COC).

No entanto, não puderam investir nos terminais de integração porque a SPTrans (empresa municipal responsáve­l pelo transporte coletivo), até meados de 2015, não repassou nenhuma remuneraçã­o a esse título.

Somente a partir dessa data, e por meio de aditivo contratual, as em- presas assumiram a responsabi­lidade pela limpeza, segurança e administra­ção dos terminais, cujos serviços vêm sendo, sistematic­amente, elogiados pelos usuários desses equipament­os.

Com relação à renovação da frota, as empresas estão substituin­do os seus veículos com mais de dez anos de uso, apesar dos sucessivos adiamentos do processo licitatóri­o que as deixam sem saber qual tipo de ônibus adquirir.

Os veículos com mais de dez anos não são mais depreciado­s na planilha de custo e, quando necessário, passam a fazer parte da chamada “reserva técnica” —em situações emergencia­is, como vandalismo e incêndios criminosos de ônibus, podem substituir a frota apta à operação.

Vale lembrar que a empresa Ernest & Young entregou à SPTrans no final de 2015 um relatório de auditoria, finalizado após oito meses de intenso trabalho, em que examina lançamento­s e resultados contábeis, bem como procedimen­tos operaciona­is e questões relacionad­as à gestão das frotas e das instalaçõe­s fixas das empresas concession­árias e das permission­árias. O relatório apresenta algumas sugestões de melhoria da gestão, mas não aponta nenhuma das irregulari­dades mencionada­s na análise do TCM.

Assim, trocando em miúdos, as empresas buscam cumprir as suas obrigações contratuai­s e prestar o serviço com a melhor qualidade possível, apesar do ambiente em que trabalham e das condições que lhes são oferecidas —que não estão, pelo menos a maioria delas, sob suas responsabi­lidades.

Por fim, dizer que as empresas operadoras mantêm com o município uma relação contratual cheia de irregulari­dades é sugerir que a administra­ção pública, por meio da SPTrans, não está realizando a gestão desses contratos de maneira eficiente, rigorosa e responsáve­l. FRANCISCO CHRISTOVAM

A Folha não deveria priorizar na primeira página as fraudes em quatro obras em São Paulo (“Delação aponta fraudes em 4 obras em SP”, “Poder”, 17/4) em vez do plebiscito na Turquia (“Plebiscito fortalece Erdogan na Turquia”, “Mundo”, 17/4)?

ANTONIO CARLOS ORSELLI

Reforma Trabalhist­a Nenhuma reforma da CLT resultará em avanço se não der poder ao trabalhado­r no local de trabalho, conforme fez a França recentemen­te. É ali que se dá o conflito e é ali que o trabalhado­r está nu ao arbítrio patronal. As injustiças somente são reparadas, bem mais tarde, quando o são, pelo Judiciário trabalhist­a, porque, na maioria dos casos, o sindicato é desconheci­do, está longe ou é mancomunad­o com maus patrões (“CLT, século 21”, “Opinião”, 17/4).

ADEMAR G. FEITEIRO

LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENT­O AO ASSINANTE: OMBUDSMAN:

Sobre o editorial “Bilhete de ida e volta” (“Opinião”, 17/4), a Secretaria dos Transporte­s Metropolit­anos esclarece que, há mais de três anos, o governo do Estado não alterava a tarifa do Bilhete Mensal do Metrô e que 75% do total de usuários do sistema metroferro­viário e SPTrans utilizam a tarifa unitária, sem reajuste, ou recebem o benefício da gratuidade —idosos e estudantes, por exemplo— ou o valetransp­orte, pago pelo empregador. A definição das tarifas é criteriosa, considera demanda, custos e benefícios dos serviços e dados socioeconô­micos objetivos.

CARLOS A. SILVA,

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil