Logo de cara, a série se livrou
Aqui no Brasil estamos acostumados aos finais bem amarrados. Culpa das novelas, nas quais geralmente o vilão morre no último capítulo e os personagens bonzinhos vivem felizes para sempre.
Já nas séries americanas, a tendência é terminar de maneira surpreendente, deixando diversas pontas soltas.
“A Família Soprano” (HBO), por exemplo, acabou com uma tela preta, antes de o público saber se o protagonista, Tony Soprano, seria morto ou não. Até hoje, dez anos depois, discute-se o que teria acontecido com ele.
O derradeiro episódio do seriado “Girls” também conseguiu desagradar muita gente.
A atração da HBO finalizou suas seis temporadas neste domingo (16), focando apenas duas das quatro amigas originais: Hannah (Lena Dunham, também criadora do programa) e Marnie (Allison Williams). E saiu do ar sem responder a várias perguntas. Atenção, spoiler. Hannah conseguirá algum dia realizar seu sonho de se tornar uma grande escritora? Encontrará um novo amor? E suas amigas, arranjarão marido / emprego / objetivo na vida? Jamais saberemos.
Lena Dunham defende o final meio aberto: as persona- gens estão chegando aos trinta anos. É impossível garantir que qualquer uma delas vá viver feliz para sempre. Mais do que isto: não dá nem para mostrar que elas finalmente se tornaram adultas.
A própria Hannah se revela uma mãe egoísta e infantil. Nem a chegada de seu bebê fez com que ela amadurecesse. Só um pouquinho, como deixam crer os minutos finais da série.
Dessa maneira, “Girls” conseguiu encerrar seu ciclo do mesmo jeito que começou: derrubando barreiras e evitando clichês. ANTECESSORA da comparação com sua antecessora no mesmo canal, “Sex and the City”, que também focava quatro moças solteiras vivendo em Nova York.
Só que, além de mais jovens, as personagens de “Girls” também eram duras, vítimas da crise econômica e da própria falta de motivação.
“Girls” inovou também na