Idade mínima para mulher pode cair para até 62 anos
Relator da reforma da Previdência diz que chance de mudar é grande
Alterações no projeto serão apresentadas na manhã desta terça em encontro de Temer com deputados aliados DE BRASÍLIA
A nova idade mínima para aposentadoria das mulheres deve cair de 65 anos para 62 ou 63 anos na reforma da Previdência. A mudança, em discussão até a noite desta segunda-feira (17), pode adiar a apresentação do parecer, marcada para terça-feira (18).
Após reunião com parlamentares mulheres e o presidente Michel Temer, o relator da reforma da Previdência, Arthur Oliveira Maia (PPSBA), disse que “são grandes as chances” de diminuição na idade mínima da mulher.
Ele evitou cravar a nova idade, mas defendeu um patamar próximo dos 65 anos propostos originalmente.
Nesta terça-feira, Temer e Maia vão apresentar as alterações durante café da manhã com deputados da base aliada, às 8h30. A reunião na comissão especial está marcada para 13h30.
No encontro com as parlamentares, a proposta apresentada às mulheres foi de uma diferenciação no tempo de contribuição, mas elas defenderam que o mais importante é mudar a idade mínima.
Em entrevista à Folha, Temer já havia admitido a possibilidade de redução da idade mínima para as mulheres.
“Se tivermos a idade de homem de 65 anos e a de mulher, 64 ou 63, não significa que não tenha sido feita uma grande conquista”, disse.
A diminuição, contudo, representa um novo recuo do governo na reforma, já que o discurso inicial era que a idade mínima para homens e mulheres era um dos pontos que não poderia ser alterado pelo Congresso Nacional.
Presidente da comissão, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) sugeriu durante a reunião que a apresentação do relatório à comissão fosse adiada para quarta (19) para a adequação do parecer.
Depois do encontro, ele disse que “há um entendimento de que não é necessário” e manteve a reunião marcada para terça-feira.
A expectativa dos governistas é que o relatório seja apresentado nesta semana à comissão e votado pelo colegiado na próxima semana. Depois, ainda tem de passar pela aprovação dos plenários da Câmara e do Senado.
O relator disse que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que já trabalhava com uma possibilidade de mudança nesse sentido e que ela não comprometeria a reforma. DISCURSO NA TV Em um último apelo público pela aprovação da reforma, Temer considera antecipar discurso que fará em rede nacional de balanço de um ano na presidência.
A estratégia é conquistar apoio com setores da sociedade para reforçar a pressão sobre a base aliada.
Com o mesmo objetivo, o Planalto prepara uma nova campanha de TV favorável à proposta para ser exibida a partir do final desta semana.