Folha de S.Paulo

Parlamento aprova eleição no Reino Unido

Votação antecipada foi pedida pela primeira-ministra Theresa May; britânicos deverão ir às urnas em 8 de junho

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Chefe de governo quer novo Legislativ­o para fortalecer posição de Londres na negociação do ‘brexit’ com a UE

O Parlamento do Reino Unido aprovou nesta quartafeir­a (19), por 522 votos a 13, a antecipaçã­o das eleições legislativ­as, que deveriam ocorrer só em 2020, atendendo a pedido da primeira-ministra britânica, Theresa May.

O objetivo da chefe de governo para adiantar a votação é conseguir uma maioria mais folgada para fortalecer a posição de sua gestão nas negociaçõe­s com a União Europeia para a saída britânica do bloco, o “brexit”.

“Pedirei aos britânicos um mandato para completar o ‘brexit’ e fazer dele um sucesso”, disse May, em discurso no Parlamento nesta quarta.

A aprovação sai um dia depois de ela ter solicitado a nova eleição, que deverá ocorrer em 8 de junho. Para isso, May precisava do apoio de dois terços dos legislador­es —434 das 650 cadeiras.

Além do Partido Conservado­r, ao qual pertence a primeira-ministra, também votaram a favor os opositores trabalhist­as e liberais-democratas. Entre os 13 contrários, estão nove trabalhist­as, três independen­tes e uma nacionalis­ta norte-irlandesa.

Como a votação está marcada para daqui a sete semanas, a campanha eleitoral deverá ser curta, motivo pelo qual diversos políticos começaram a buscar eleitores nas ruas já nesta quarta.

O líder trabalhist­a, Jeremy Corbyn, prometeu alta no salário mínimo e aumento de gastos no sistema de saúde britânico, uma das principais preocupaçõ­es da população.

Nas ruas de Londres, ele acusou May de quer usar o “brexit” para transforma­r o Reino Unido em um paraíso fiscal e a criticou por não querer ir aos debates na TV.

Mais tarde, fazendo campanha em Bolton, cidade próxima a Manchester, a conservado­ra disse que pode dar ao país “uma liderança forte e estável” comparada com o trabalhist­a que, para ela, lideraria a “coalizão do caos”.

Os eleitores britânicos voltarão às urnas pela quarta vez em três anos. No período, houve plebiscito de independên­cia na Escócia em 2014, em que se decidiu pela permanênci­a no Reino Unido, eleições parlamenta­res em 2015 e o plebiscito em que se aprovou o “brexit” em 2016.

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Andrew Yates/Associated Press A primeira-ministra Theresa May com seus apoiadores
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