Policial é morto a tiros em avenida símbolo de Paris
Governo diz haver indícios de terrorismo; Estado Islâmico reivindica ação
Agressor disparou contra policiais em semáforo da avenida Champs-Elysées e foi morto em seguida
Um policial foi morto e outros dois foram feridos na avenida mais conhecida de Paris nesta quinta-feira (20) por um atirador. O agressor morreu na ação, ocorrida a apenas três dias das eleições presidenciais, com primeiro turno neste domingo (23).
O presidente François Hollande disse que as “pistas” sobre o ataque em ChampsÉlysées, uma das regiões icônicas da capital, são de “natureza terrorista”.
É possível que um segundo suspeito esteja foragido, segundo a polícia.
A organização terrorista Estado Islâmico, responsável pelos atentados que deixaram 130 mortos na capital francesa e arredores em novembro de 2015, reivindicou a autoria da ação com um comunicado de sua agência de propaganda, a Amaq.
O autor foi identificado como Abu Yussef, o Belga. Não há provas, no entanto, da participação real dessa milícia.
Durante a madrugada desta sexta, investigadores fizeram uma busca relacionada ao ataque em uma residência no subúrbio de Paris.
De acordo com o jornal “Le Figaro”, trata-se da casa de um francês de 39 anos de idade, que já havia sido condenado por três tentativas de homicídio, das quais duas contra policiais. O ATAQUE Testemunhas relatam que um carro se aproximou dos policiais em um semáforo na Champs-Élysées. Um homem desceu do veículo e disparou uma arma automática.
As autoridades isolaram o local e pediram que o público evitasse os arredores. He- licópteros sobrevoavam a cidade durante a operação. Um grande contingente policial, fortemente armado, foi deslocado para essa área.
O tiroteio coincidiu com o último debate na TV entre os candidatos à Presidência. Os políticos aproveitaram a ocasião para manifestar solidariedade ao policial morto.
Caso a ação tenha sido de fato de autoria de uma organização radical islâmica, como o Estado Islâmico ou a Al Qaeda, o cenário favorece a candidata da extrema direita, Marine Le Pen, que tem um discurso baseado na aversão ao islã e aos migrantes.
O governo francês anunciou que frustrara uma tentativa de atentado na terça (18), ao deter dois homens em Marselha, na costa sul.
Os candidatos foram alertados pelas autoridades e aumentaram a segurança em seus eventos de campanha. (DIOGO BERCITO)