Até as 17h de sexta-feira (21), estava longe do crack havia
duas ou três semanas. Não sabe bem ao certo o tempo de abstinência.
“A droga é maldade”, diz. “Mas eu tenho minhas recaídas, estou sozinho e a solidão não é fácil. É muito louca a caminhada.”
Já procurou o programa Braços Abertos, criado pela gestão Fernando Haddad (PT), mas diz não ter conseguido vaga. Afirma duvidar da promessa da gestão atual, do prefeito João Doria (PSDB), de tirar as pessoas da rua.
“O que eu mais quero é sair da rua. Quem não quer ter um lugar pra acordar, escovar os dentes e ir pro trabalho?”, indaga.
Tatuagens no braço e nas costas lembram os dois filhos, de 8 e 16 anos. Nunca mais os viu. “A gente cai na droga, como vai ter sua família?”, diz, emocionado. “Só queria que eles soubessem que, apesar de tudo, eu sobrevivi”. (EDUARDO ANIZELLI, EMILIANO GOYENECHE E PAULO SALDAÑA)
A sentença publicada por um juiz do Tribunal de Justiça de SP em 6 de abril não serviu para que chegasse ao fim um embate jurídico e virtual travado desde dezembro entre advogados do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), e uma página de Facebook.
De acordo com a decisão do juiz Fernando Henrique de Oliveira Biolcati, o evento “Virada Cultural na Casa de João Dorian (sic)”, da página “Deixe a Esquerda Livre”, programado para o dia 13 de maio, poderia acontecer (a página continua no ar), mas o Facebook deveria fornecer a identificação das máquinas que organizaram os encontros, os textos e os memes publicados.
Essa orientação de Biolcati é contrária ao que determina o artigo 22 do Marco Civil da Internet. Segundo a lei 12.965, de 2014, a parte interessada pode requerer “o fornecimento de registros de conexão ou de registros de acesso a aplicações de internet”, desde que haja indícios de ocorrência de ilícito. O juiz, no entanto, entendeu na mesma decisão que a manifestação é legal.
O evento tem 6.600 pessoas confirmadas e cerca de 15 mil interessadas.
O embate entre a página e a defesa de Doria vem desde dezembro, quando o prefeito,