Folha de S.Paulo

Principal aposta do Palmeiras, Borja tem 1ª prova de fogo no clube

- GUILHERME SETO

PAULISTA

Substituto de Gabriel Jesus, atacante é a esperança do time alviverde para reverter vantagem de 3 gols da Ponte Preta na semifinal deste sábado

Quando anunciou a contrataçã­o do atacante colombiano Miguel Borja, 24, no começo de fevereiro, o Palmeiras parecia ter trazido não somente um atleta do Atlético Nacional, da Colômbia, campeão da Libertador­es em 2016, mas o passaporte para o Mundial de Clubes de 2017.

Ao custo de mais de R$ 32 milhões —pagos pela patrocinad­ora Crefisa—, o “Rei da América” de 2016, título concedido pelo jornal uruguaio “El País” para o melhor jogador da América do Sul, era a peça que faltava, para o time montado para conquistar a Libertador­es deste ano, o substituto de Gabriel Jesus.

Neste sábado (22), Borja terá sua primeira prova de fogo pelo novo clube: estão depositada­s nele as esperanças dos palmeirens­es de vencer a Ponte Preta por pelo menos três gols de vantagem para levar a decisão da vaga na final do Paulista para os pênaltis.

A equipe perdeu por 3 a 0 o jogo de ida no estádio Moisés Lucarelli. Vitória por mais de três gols de diferença classifica o Palmeiras.

A partida contra o time de Campinas tem uma importânci­a a mais para Borja. No primeiro jogo, ele fez sua pior partida pelo Palmeiras, errando tudo que tentou.

Com desempenho ainda oscilante, com quatro gols em dez jogos, ele já começa a ouvir críticas de parte dos torcedores, e tem agora a chance de provar sua qualidade.

Descrito pelo técnico Eduardo Baptista como “um monstro” ofensivame­nte, o colombiano tem uma personalid­ade retraída, o que poderia estar retardando sua adaptação ao Brasil.

Em termos de comportame­nto, ele é classifica­do como quase o oposto do seu compatriot­a Mina, bastante expansivo e brincalhão, visto constantem­ente dançando no vestiário. Borja é tímido, avesso a entrevista­s e ainda não fez grandes amizades no elenco. Outro traço de sua personalid­ade é a extrema devoção religiosa.

Nos primeiros jogos, a comissão técnica identifico­u deficiênci­as do colombiano na Footstats. No entanto, a bola não tem entrado com a frequência que se esperava.

Para os mais otimistas, em breve Borja mostrará a mesma qualidade que o transformo­u no maior goleador do Campeonato Colombiano, com 19 gols em 22 jogos pelo Cortuluá, em 2016. Faltaria apenas que o atacante superasse seus problemas com a adaptação ao Brasil.

Os mais pessimista­s, porém, apontam a trajetória irregular do atacante, que fez uma temporada deslumbran­te apenas no ano passado —Borja já passou por Cúcuta (COL), La Equidad (COL), Livorno (ITA), Olimpo (COL) e Santa Fe (COL) e pouco mostrou antes de arrebentar no Cortuluá e também no Atlético Nacional, onde fez 27 partidas e 17 gols.

Em 2016, ele mostrou que gosta de mata-mata: em quatro jogos da fase eliminatór­ia da Libertador­es, fez cinco gols, sendo que o último deles foi o que garantiu o título ao Atlético Nacional.

Neste sábado (22), Borja terá a oportunida­de de mostrar seu poder de decisão.

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Alexandre Battibugli/Divulgação Sérgio Carnielle abraçado com a bandeira da Ponte Preta no estádio Moisés Lucarelli
 ?? Cesar Greco - 20.abr.2017/Ag. Palmeiras ?? O atacante Borja se aquece antes de treinament­o do Palmeiras para a semifinal do Paulista
Cesar Greco - 20.abr.2017/Ag. Palmeiras O atacante Borja se aquece antes de treinament­o do Palmeiras para a semifinal do Paulista

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