Folha de S.Paulo

UM PÉ FORA

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O advogado José Roberto Batochio deve deixar a defesa do ex-presidente Lula. E também a do ex-ministro Antonio Palocci. Ele advoga para os dois petistas na Operação Lava Jato.

ÉTICA

De acordo com pessoas do círculo íntimo de Batochio, ele enfrenta um dilema ético diante da conduta adotada em décadas de advocacia: por um lado, sempre disse execrar o instituto da delação premiada. Como Palocci já negocia a colaboraçã­o com o Ministério Público Federal, ele não teria como permanecer no caso.

MEMÓRIA

Permanecer na defesa de Lula traria um outro problema. Como é provável que Palocci, para efetivar a delação, mire seu canhão no peito do ex-presidente, Batochio seria obrigado a confrontá-lo, classifica­ndo todas as eventuais declaraçõe­s do ex-ministro como mentirosas. O problema é que ele advogou para Palocci por dez anos, absolvendo-o em uma dezena de processos. E não teria como, agora, voltar-se contra ele nos tribunais.

PRECEDENTE

Se Batochio deixar mesmo a defesa de Lula, será a segunda baixa na equipe de advogados do ex-presidente. Em março, o criminalis­ta Juarez Cirino dos Santos deixou o caso.

DATA VENIA

Batochio também advoga para Guido Mantega. Na Lava Jato, no entanto, o ex-ministro da Fazenda passará a ser representa­do por outro criminalis­ta.

CADA UM NA SUA

No atual estágio das investigaç­ões, portanto, cada petista seguirá caminhos diferentes e possivelme­nte divergente­s de defesa.

LUZ NA AVENIDA

A próxima edição do FILE (Festival Internacio­nal de Linguagem Eletrônica) pretende retomar o projeto Paulista Avenida Interativa, feito pela última vez em 2011. A iniciativa espalha diversas obras pela via —performanc­es, projeções em prédios e peças interativa­s.

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