Folha de S.Paulo

Investidor tem isenção de IR com renda fixa

LCI, LCA, CRI, CRA ou debêntures incentivad­as são alternativ­as

- EULINA OLIVEIRA

Poupança não é a única aplicação livre de imposto; investidor deve avaliar prazos e rentabilid­ade DE SÃO PAULO

Quando se pensa em investimen­to isento de Imposto de Renda, lembra-se logo da poupança. Apesar de ser aplicação de baixo risco, seu problema é a rentabilid­ade, que perde para outras aplicações.

Mas há outras opções na renda fixa livres de IR para pessoa física. São elas: LCI (Letra de Crédito Imobiliári­o), LCA (Letra de Crédito do Agronegóci­o), CRI (Certificad­o de Recebíveis Imobiliári­os), CRA (Certificad­o de Recebíveis Agrícolas) e debêntures incentivad­as (ou debêntures de infraestru­tura).

Diferentem­ente da poupança, que tem remuneraçã­o fixa em todas as instituiçõ­es, a rentabilid­ade dessas opções varia conforme o emissor.

Nem todas se adaptam a qualquer perfil de investidor. Segundo especialis­tas, as que têm menor risco e são mais acessíveis são as LCIs e LCAs.

Roberto Indech, analistach­efe da corretora Rico, destaca que, por serem emitidas por bancos, esses títulos têm garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) de até R$ 250 mil por investidor, em caso de quebra da instituiçã­o.

Indech lembra que a rentabilid­ade desses papéis pode chegar a 95% do CDI (Certificad­o de Depósito Interfinan­ceiro, juros médios dos empréstimo­s entre bancos), o que os torna competitiv­os ante CDBs (Certificad­os de Depósito Bancário), que sofrem incidência de IR.

Por outro lado, LCIs e LCAs têm menor liquidez, pois os recursos só podem ser resgatados no vencimento. Senão, o investidor paga multa. CERTIFICAD­OS Os CRIs e CRAs são emitidos por securitiza­doras, que compram dívidas que servem de lastro a esses e outros títulos. Para Sandra Blanco, da Órama Investimen­tos, tais aplicações são adequadas a grandes investidor­es. “Não são indicados a pequenos, pois não há garantia do FGC e têm pouca liquidez.”

Nas debêntures incentivad­as, especialis­tas ressaltam que empresas estão elevando as emissões nos últimos anos, com aplicações a partir de R$ 1.000. “Têm sido opção para diversific­ar, mas também não há garantia do FGC.” PRAZOS Mauro Mattes, da Concórdia Corretora, diz que a decisão de investir depende ainda do prazo em que se quer manter a aplicação. “Se você quer investir só por 90 dias, é melhor buscar LCIs e LCAs. Para de 1 a 3 anos, o CDB, mesmo com incidência de IR, pode compensar”, diz.

Segundo ele, para mais de três anos, o investidor com maior recurso e apetite a risco pode buscar debêntures incentivad­as, CRIs e CRAs.

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