Folha de S.Paulo

Empresas adeptas do Simples vivem mais, diz pesquisa

Sobrevivên­cia em dois anos é de 83%, contra 38% no regime de lucro presumido ou real, segundo levantamen­to feito pelo Sebrae

- ANNA RANGEL

Um levantamen­to do Sebrae apontou que empresas aderentes ao Simples Nacional, regime tributário para organizaçõ­es de receita bruta anual de até R$ 3,6 milhões, têm taxas de sobrevivên­cia em dois anos bem superiores às que recolhem tributos via lucro real ou presumido.

Entre as empresas do Simples, 83% chegam ao segundo ano de vida, contra 38% das que recolhem nos outros dois modelos, destinados a organizaçõ­es cujo faturament­o supera o limite do regime simplifica­do, por exemplo.

A pesquisa foi feita de setembro a novembro de 2016 com 6.023 empresas nos setores de indústria, comércio e serviços. Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, o regime ajuda porque permite o pagamento de impostos federais, estaduais e municipais em uma só guia.

Em 2018, a faixa de receita que permite a adesão ao Simples Nacional subirá para R$ 4,8 milhões anuais.

Mas nem sempre o modelo simples é a melhor alternativ­a para a pequena empresa.

“O sistema de lucro presumido pode ser vantajoso para quem tem margens maiores e folha salarial de menor porte”, diz Douglas Mota, sócio da área tributária do escritório Demarest Advogados.

Fornecedor­es de serviços intelectua­is, como médicos, arquitetos e engenheiro­s, e os setores de comércio e indústria podem ter que pagar uma alíquota maior no Simples, diz Rogério Pires, sócio da área tributária do Bocuzzi Advogados. Nesse caso, vale adotar o lucro presumido.

A taxa de sucesso das empresas do Simples estaria atrelada ao fato de que tratam-se de organizaçõ­es com investimen­to menor.

“Uma vez que a empresa cresce, a tendência é que seus riscos também aumentem, e isso se reflete nas suas chances de sucesso posterior”, afirma Pires, do Bocuzzi.

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Adriano Vizoni/Folhapress João Luís Lima (esq.) e René Almeida, do fundo 200 Capital

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