Aprovem as reformas e contem com o Planalto.
NA simbiose estabelecida entre governo e Congresso, permeada pelos efeitos das delações da maior empreiteira do país, desembocará justamente em 2018.
Com o cenário político de terra arrasada e os principais postulantes ao Planalto implicados na Lava Jato, abrese espaço para a renovação nas disputas do próximo ano.
E essa tese apavora os políticos do establishment, que acreditam que um “outsider” ou “aventureiro” poderia desestabilizar de vez o país.
Como mostrou recentemente a Folha, emissários de Temer e dos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso tentam costurar um pacto para salvar a reputação da classe política.
“Apoiamos as investigações, mas sem a política não há solução’”, afirmou à Folha o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
Assim como ele, dois presidenciáveis tucanos estão na lista dos citados nas delações da Odebrecht: Geraldo Alckmin (SP) e José Serra (SP).
Caso a economia não deslanche e outros dois potenciais delatores —Eduardo Cunha (PMDB) e Antonio Palocci (PT)— cumpram as apostas de incluir novos setores empresariais nas investigações, Temer pode chegar a 2018 radioativo, de quem todo mundo vai querer distância.
Lula, por sua vez, réu e investigado na Lava Jato, está com a imagem desgastada, mas ainda é visto como possível candidato, e não só por políticos da esquerda.
Partidos e políticos tradicionais terão que fazer uma transição não só no discurso mas também na prática.
Quem não atravessar essa ponte não irá sobreviver nem mesmo sob um pretenso pacto conduzido pelos principais líderes políticos da história recente do país.
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MARCELO ODEBRECHT