Contar com 7 de 67 parlamentares de partidos aliados.
Quinto maior partido da base governista, o PSB se declarou nesta segunda-feira (24) contra as reformas da Previdência e da legislação trabalhista, duas iniciativas prioritárias para governo peemedebista no Congresso.
O presidente Michel Temer, no entanto, atua para estimular alguns deputados a votar contra a orientação da cúpula do partido e evitar que se crie um “efeito cascata” na base aliada. O receio é que PTB e PPS possam adotar a mesma atitude do PSB.
A Câmara se prepara para iniciar nesta terça-feira (25) a votação da reforma trabalhista na comissão que trata do assunto.
Em outra comissão, que analisa as mudanças na Previdência, a votação está prevista para o dia 2 de maio.
O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, afirmou que o cargo do filho está à disposição. Temer, contudo, comunicou ao ministro que o manterá no posto e se reunirá nesta terça com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), para tentar reverter a decisão do partido.
A Folha apurou que o ministro cogitou mudar de legenda na conversa com o presidente, que considerou a medida desnecessária.
Se a sigla cumprir a ameaça e romper com o governo, a base de Temer na Câmara perderá 35 integrantes, passando de 411 para 376.
No Senado, deixaria de PLACAR APERTADO Para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) como a da reforma da Previdência, são necessários ao menos 308 votos na Câmara e 49 no Senado.
A projeção de auxiliares presidenciais é de um placar apertado na votação da reforma da Previdência, com cerca de 320 votos a favor da proposta. Para garantir essa vantagem, o Planalto espera que pelo menos metade da bancada do PSB na Câmara vote a favor da iniciativa.
Como o partido resolveu “fechar questão” —como se diz no jargão político— contra as reformas defendidas por Temer, os deputados ficam obrigados a votar de acordo com a orientação do partido no plenário, sob pena de punição.
“Não estamos no governo. É prudente o Planalto começar a contabilizar votos a menos”, disse o vice-presidente de relações governamentais do PSB, Beto Albuquerque.
“Na medida que as bancadas não respaldam as matérias que são importantes para o governo, é importante deixar o governo à vontade para compor a sua equipe com a aqueles que possam contribuir na aprovação das matérias legislativas”, disse Bezerra Coelho.
Nesta segunda (24), o presidente promoveu reunião com os ministros ligados às bancadas aliadas. A ordem foi para que todos os auxiliares com mandato peçam demissão temporária do cargo quando chegar a hora de votar a reforma da Previdência no plenário. Temer também pediu uma ofensiva mais direta sobre a base para reduzir chances de traição.
“O presidente entendeu que deveria, no momento oportuno, exonerar todos os ministros que têm atuação de liderança nas bancadas parlamentares”, afirmou o ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy. CARTILHAS