Folha de S.Paulo

Contar com 7 de 67 parlamenta­res de partidos aliados.

- GUSTAVO URIBE DANIEL CARVALHO LAÍS ALEGRETTI DE BRASÍLIA

Quinto maior partido da base governista, o PSB se declarou nesta segunda-feira (24) contra as reformas da Previdênci­a e da legislação trabalhist­a, duas iniciativa­s prioritári­as para governo peemedebis­ta no Congresso.

O presidente Michel Temer, no entanto, atua para estimular alguns deputados a votar contra a orientação da cúpula do partido e evitar que se crie um “efeito cascata” na base aliada. O receio é que PTB e PPS possam adotar a mesma atitude do PSB.

A Câmara se prepara para iniciar nesta terça-feira (25) a votação da reforma trabalhist­a na comissão que trata do assunto.

Em outra comissão, que analisa as mudanças na Previdênci­a, a votação está prevista para o dia 2 de maio.

O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, afirmou que o cargo do filho está à disposição. Temer, contudo, comunicou ao ministro que o manterá no posto e se reunirá nesta terça com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), para tentar reverter a decisão do partido.

A Folha apurou que o ministro cogitou mudar de legenda na conversa com o presidente, que considerou a medida desnecessá­ria.

Se a sigla cumprir a ameaça e romper com o governo, a base de Temer na Câmara perderá 35 integrante­s, passando de 411 para 376.

No Senado, deixaria de PLACAR APERTADO Para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituiç­ão) como a da reforma da Previdênci­a, são necessário­s ao menos 308 votos na Câmara e 49 no Senado.

A projeção de auxiliares presidenci­ais é de um placar apertado na votação da reforma da Previdênci­a, com cerca de 320 votos a favor da proposta. Para garantir essa vantagem, o Planalto espera que pelo menos metade da bancada do PSB na Câmara vote a favor da iniciativa.

Como o partido resolveu “fechar questão” —como se diz no jargão político— contra as reformas defendidas por Temer, os deputados ficam obrigados a votar de acordo com a orientação do partido no plenário, sob pena de punição.

“Não estamos no governo. É prudente o Planalto começar a contabiliz­ar votos a menos”, disse o vice-presidente de relações governamen­tais do PSB, Beto Albuquerqu­e.

“Na medida que as bancadas não respaldam as matérias que são importante­s para o governo, é importante deixar o governo à vontade para compor a sua equipe com a aqueles que possam contribuir na aprovação das matérias legislativ­as”, disse Bezerra Coelho.

Nesta segunda (24), o presidente promoveu reunião com os ministros ligados às bancadas aliadas. A ordem foi para que todos os auxiliares com mandato peçam demissão temporária do cargo quando chegar a hora de votar a reforma da Previdênci­a no plenário. Temer também pediu uma ofensiva mais direta sobre a base para reduzir chances de traição.

“O presidente entendeu que deveria, no momento oportuno, exonerar todos os ministros que têm atuação de liderança nas bancadas parlamenta­res”, afirmou o ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy. CARTILHAS

 ?? Pedro Ladeira/Folhapress ?? Os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Eliseu Padilha (Casa Civil) em reunião com o presidente Michel Temer
Pedro Ladeira/Folhapress Os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Eliseu Padilha (Casa Civil) em reunião com o presidente Michel Temer

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil