Comitê de Macron foi alvo de hackers ligados à Rússia
DA REUTERS
A campanha de Emmanuel Macron, o favorito para vencer as eleições presidenciais na França, foi alvo de ciberataques de um grupo de hackers ligados à Rússia, segundo a empresa de segurança japonesa Trend Micro.
O pesquisador Feike Hacquebord afirmou ter encontrado provas de que o grupo “Pawn Storm” atacou a campanha do centrista francês com truques de phishing e tentativas de instalar malware no site do movimento Em Frente!. O phishing é usado para roubar informações pessoais de usuários por meio de e-mails fraudulentos ou direcionando o internauta para páginas falsas na internet.
Hacquebord disse que rastros digitais ligaram os ataques contra Macron aos do ano passado contra o Comitê Nacional Democrata dos EUA e a campanha presidencial de Hillary Clinton.
O movimento Em Frente! confirmou nesta quarta-feira (26) ter sido alvo de ao menos cinco ciberataques desde janeiro, mas disse que nenhum dado da campanha foi comprometido. “Não é coincidência que Emmanuel Macron, o último candidato progressista restante nessa eleição, seja o alvo prioritário”, disse.
A Rússia negou que tenha envolvimento com a operação. “Que grupos? De onde? Por que a Rússia? Isso lembra as acusações de Washington que permanecem vazias e desonram seus próprios autores”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Especialistas em segurança afirmaram que o grupo espião “Pawn Storm” é conhecido por vazar os documentos roubados depois de algum tempo e que qualquer ataque contra a campanha do candidato francês nos últimos meses não influenciaria o segundo turno das eleições, no próximo dia 7 de maio.
Mas, se documentos foram roubados, eles podem ser usados para minar uma eventual Presidência de Macron.
No segundo turno, Macron, candidato pró-União Europeia e internacionalista que tem criticado a política externa russa, vai enfrentar a candidata da direita ultranacionalista Marine Le Pen, que pegou empréstimos com bancos russos e defende políticas pró-Moscou.