Mudança exige debate eleitoral, diz sindicalista
DE SÃO PAULO
A reforma promove um desmanche total do sistema de proteção construído desde a promulgação da CLT, diz Sérgio Nobre, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT). (FERNANDA PERRIN)
Folha - Por que a CUT é contra a reforma?
Sérgio Nobre - Mudanças na legislação trabalhista têm que partir de discussões com as centrais e os demais atores.
Isso não pode ser feito da maneira autoritária como está sendo levada, por um governo que não foi eleito, com um programa que não passou por um debate eleitoral e não foi votado nas urnas. Defensores do projeto dizem que ele vai gerar mais empregos ao dar segurança jurídica a empresários.
Esse discurso é mentiroso. Quando o trabalhador está protegido, com carteira assinada e garantia de emprego, ele consome, compra uma casa. Mas, se ele tiver um contrato precário, de jornada de três horas, que segurança vai ter?
Quanto mais você precariza o trabalhador, menos ele consome, menos a indústria produz e menos o país cresce. Como vamos sustentar a Previdência sem contribuição? > Teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente > Remuneração por produtividade, gorjetas e remuneração por desempenho individual > Modalidade de registro de jornada de trabalho > Troca do dia de feriado > Enquadramento do grau de insalubridade > Prorrogação de jornada em ambientes insalubres sem licença prévia do Ministério do Trabalho > Prêmios de incentivo em bens ou serviços > Participação nos lucros ou resultados da empresa Com a reforma, a jornada parcial será só 27% menor que a jornada integral R$ 3,9 bilhões foi o total arrecadado com contribuição sindical em 2016