Em uma tentativa de contornar a greve, o prefeito João
Organizadores da greve geral convocada para esta sexta (28) em protesto contra as reformas da Previdência e da legislação trabalhista planejam fechar os dois principais aeroportos do país, os de Congonhas e Guarulhos (SP).
O Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos pediu ajuda ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) para paralisar os dois aeroportos.
Combinados, os dois terminais têm média de 1.200 pousos e decolagens por dia. Uma paralisação nos aeroportos de São Paulo afetaria o tráfego aéreo no país todo.
O MTST, em conjunto com outros movimentos e sindicatos que compõem a Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo, também organiza uma manifestação a partir das 17h de sexta no Largo da Batata. O plano é seguir em passeata em direção à casa do presidente Michel Temer.
Os organizadores planejam ainda 25 bloqueios de estradas e vias nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Ceará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Roraima e no Distrito Federal.
Com a adesão de sindicatos de metroviários, ferroviários e motoristas de ônibus à greve geral, a maior parte do sistema de transporte público de São Paulo deve ser paralisado na sexta-feira.
Em liminar concedida nesta quarta, o Tribunal Regional do Trabalho determinou aos metroviários que mantenham um efetivo mínimo de 80% trabalhando nos horários de pico e 60% no resto do dia, sob pena de R$ 100 mil. DE UBER Doria (PSDB) fez um acordo com o Uber e a 99 para que as empresas transportem de graça os servidores públicos.
Doria prometeu cortar o ponto dos funcionários que não forem ao trabalho na sexta, após o sindicato da categoria, que reúne cerca de 129 mil pessoas, também declarou adesão ao movimento.
“Só quem não quer trabalhar é que vai fazer greve. Porque mesmo quem deseja manifestar-se faz isso em horário fora de expediente, faz isso no sábado, faz isso no domingo, faz isso de noite, faz isso na hora do almoço. Não faz durante o trabalho”, disse o prefeito em rede social.
Outras categorias que devem participar da greve em São Paulo são os professores das redes pública e particular, bancários, metalúrgicos e motoboys. Funcionários dos Correios decidiram entrar em greve nesta quarta (26) por tempo indeterminado, em protesto contra demissões e outras medidas de ajuste tomadas pela estatal. TOLERÂNCIA Associações empresariais disseram à Folha que seus associados devem buscar soluções negociadas com os funcionários para minimizar prejuízos e evitar conflitos como o desconto dos salários dos que faltarem ao trabalho.
Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo, recomenda que os patrões conversem com seus funcionários para avaliar quais as condições de cada profissional ir ao trabalho e busquem formas de viabilizar a presença do maior número possível de pessoas.
José Elias Hiss, diretor-executivo da Associação das Pequenas Empresas da Construção Civil, diz esperar que o setor seja tolerante com eventuais faltas. “Se não houver condução, condições para se locomover, as empresas vão negociar uma forma de o funcionário trabalhar em outro dia ou cancelar a falta”, disse. (MÔNICA BERGAMO, FÁBIO ZANINI, FERNANDA PERRIN E FILIPE OLIVEIRA)