Folha de S.Paulo

KITS ESCOLARES

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As escolas municipais de São Paulo, sob responsabi­lidade do prefeito João Doria (PSDB), não vão receber material escolar de uso coletivo neste semestre, como papel sulfite, tinta guache e cartolina. Além disso, não há previsão de quando chegará nas unidades uma verba extra que poderia ser usada para suprir essa necessidad­e.

Esses materiais são aqueles usados pelos professore­s durante as aulas, enviados para todas as escolas, de creche a unidades de EJA (Educação de Jovens e Adultos).

No início do mês, a prefeitura publicou uma portaria na qual determinou um corte para menos da metade no tamanho desses kits, segundo comparação com a tabela que valia até o ano passado.

Questionad­a, a Secretaria da Educação informou que não é possível comparar as duas relações, uma vez que as escolas não receberam esse kit no ano passado, durante a gestão Fernando Haddad (PT), e o novo quantitati­vo só valerá para o segundo semestre. Na portaria, entretanto, não há essa informação.

Segundo a gestão Doria, as próprias escolas poderiam complement­ar os kits com o dinheiro de uma transferên­cia chamada PTRF (Programa de Transferên­cia de Recursos Financeiro­s). Mas até agora as escolas não receberam a primeira parcela —as aulas começaram em fevereiro.

A gestão Doria também não deu previsão de quando os valores serão transferid­os para as escolas, que já deixaram de receber a última das três parcelas no ano passado, durante a gestão Haddad.

A falta de material nas escolas ocorre em contexto de cortes promovidos pela Secretario de Educação, sob o comando de Alexandre Schneider. A administra­ção afirma ter um rombo de R$ 7,5 bilhões no orçamento geral do município deste ano.

Para amenizar o problema, a prefeitura já anunciou o corte no programa Leve Leite, o que provocou uma redução neste ano na quantidade de alunos beneficiad­os.

Katia Regina de Morais, coordenado­ra pedagógica da escola de educação infantil Porto Nacional, na zona norte, diz que não há mais estoques de materiais nem dinheiro no caixa. O último recurso caiu no meio do ano passado, segundo ela.

“Meus professore­s estão chegando a usar dinheiro do

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Eduardo Anizelli/Folhapress Siderlene Chagas da Cruz, 39, teve que parcelar a compra de material escolar para a filha

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