Folha de S.Paulo

FORA DO CASTELO

‘Patinho feio’ do Reino Unido, País de Gales oferece atividades como surf, tirolesa e trilhas em montanhas, onde revela paisagens de tirar o fôlego

- MARILIZ PEREIRA JORGE

Se contar para alguém que pretende passar alguns dias de férias no País de Gales, é provável que o interlocut­or estranhe. E ache ainda mais esquisito se ele mesmo for cidadão do Reino Unido. Gales é o patinho feio da região, considerad­o menos atraente que seus “irmãos”, Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte. Por isso mesmo, quanto menor a expectativ­a, maior a agradável surpresa.

É o tipo de viagem que se alinha ao perfil de diversos tipos de viajantes, entre amigos, família com filhos ou casal em lua de mel. Em menos de uma semana dá para rodar boa parte do país, conhecer atrações e ir embora sem a sensação de que fez tudo correndo e não viu nada.

Em 2016, Gales celebrou o ano da aventura. Pois é, quem diria? Aqui vão sugestões de atividades em paisagens deslumbran­tes, com bons restaurant­es e hotéis para lá de charmosos.

A melhor época para a viagem é o verão, mas nem durante esse período as temperatur­as são muito elevadas. Chove muito, mas também há dias seguidos de sol, como na semana da nossa viagem.

Depois de um voo entre Rio e Londres, é preciso mais um trecho até Manchester, no noroeste da Inglaterra, onde começa nossa aventura, com um bom banho, uma refeição espetacula­r e uma noite de sono no Gotham, que pertence a uma rede de hotéis de luxo. É um daqueles lugares de que você passa a gostar instantane­amente.

Todas as distâncias em Gales são relativame­nte curtas. Você pode começar seu dia numa cidade, fazer atividades ao longo do caminho e passar a noite já em outro lugar para mais aventura no dia seguinte. Portanto, pense numa mala prática, com roupas esportivas, tênis, um bom casaco —mesmo no verão.

Saindo de Manchester pela manhã, seguimos em direção ao País de Gales, numa viagem de uma hora e 45 minutos de carro. Nosso destino era Conwy, cidade na costa norte, que abriga o castelo do mesmo nome, Patrimônio Mundial da Humanidade. Mesmo que você não seja muito fã de castelos, e eu não sou, esse vale a pena.

Tem duas dezenas de torres, pontes e está praticamen­te intacto, apesar de seus mais de 700 anos. Tem vista para um estuário, gaivotas, o silêncio típico de pequenas cidades à beira mar e o convite para uma bela cerveja num dos poucos pubs locais.

A parada seguinte é o Parque Nacional Snowdonia, que abriga um parque de surf, o Surf Snowdonia, com ondas que chegam a dois metros de altura. No Rio de Janeiro é difícil ver ondas tão perfeitas como aquelas. Há aulas em grupo, com professore­s qualificad­os e roupas de borracha para enfrentar a água fria mesmo em dias de sol.

Tem também um belo café com vista panorâmica para quem cansou de levar caldos ou nem quis se arriscar no esporte. É divertido, mesmo para quem nunca chegou perto de uma prancha na vida.

A oferta de hotéis é grande, mas esses destinos são bastante procurados no verão. Melhor deixar a aventura para as atividades e garantir a estadia em locais de fácil acesso aos passeios. Perto do parque de surf, o ideal é se hospedar em Betws-y-Coed, o vilarejo principal do Parque Nacional, uma região deslumbran­te de montanhas, vales, corredeira­s e florestas.

No dia seguinte, a 20 minutos de Betws-y-Coed, uma das mais novas atrações da região é o Zip World Titan, com três tirolesas que propiciam vista gloriosa da região montanhosa. Dá frio na barriga por causa da altura e da velocidade, mas a beleza compensa o medinho inicial.

Com duração de cerca de uma hora, há também um passeio de bicicleta pela montanha. Todo mundo consegue aproveitar porque há trilhas perfeitas até mesmo para os mais sedentário­s, e elas são belíssimas.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil