Folha de S.Paulo

Golfinhos e cavalos têm educação britânica

Baía Cardigan concentra mamíferos aquáticos no Reino Unido; passeio equestre ocorre em montanhas de Pendine

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Para visitantes mais agitados, país oferece o coasteerin­g, mistura de natação, caminhada rapel e saltos aquáticos

Prontos para colocar as malas no carro e continuar na estrada galesa?

A partir de Aberystwyt­h, após uma hora de carro, paramos diante da baía Cardigan, de onde saímos em barcos à procura de golfinhos.

Tem alguma coisa mais bacana do que procurar golfinhos? Tem, encontrá-los. E esse é o lugar no Reino Unido com a maior concentraç­ão desses mamíferos.

Golfinhos são criaturas encantador­as, que transforma­m instantane­amente um barco cheio de marmanjos num jardim de infância. Desconfio de que se as pessoas cruzassem mais com golfinhos pela vida, o mundo seria um lugar mais agradável.

O barco ainda passa por algumas entradas de cavernas, o guia explica detalhes sobre a fauna e a flora do lugar, mas, acredite, não há nada ali que supere golfinhos brincando livremente.

De volta à terra, uma ideia é tentar almoçar num dos restaurant­es locais e apreciar mais um pouco da vista da baía, antes de seguir viagem para a próxima aventura.

Escolha um prato que lhe dê bastante energia porque vai precisar dela. PENHASCOS Reza a lenda que o coasteerin­g nasceu no País de Gales no começo dos anos 1990, exatamente na região de Pembrokesh­ire, onde fincamos a nossa bandeira depois do almoço.

O coasteerin­g é uma atividade física bastante vigorosa que envolve natação, escalada, rapel, slide, caminhada e saltos na água a partir dos penhascos.

Os galeses praticam o esporte ao longo de todo o ano, mesmo em períodos de bai- xas temperatur­as. Para isso, eles usam roupas, luvas, botas e gorros de borracha muito grossos para enfrentar a água fria, além de capacetes. Aconselho que mesmo no verão você não abra mão da vestimenta, que também ajuda a proteger das pedras.

Pembrokesh­ire é uma região muito bonita e com diversas atividades esportivas para fazer, como caiaque, parapente e caminhadas. Uma opção de hospedagem no local é o Hotel Wolfscastl­e, que tem cozinha premiada. Vale o investimen­to.

No dia seguinte, foi a vez de outra viagem curtinha de 50 minutos até Pendine para um passeio de cavalo pelas montanhas da região.

Até os cavalos são de uma educação britânica e foram bastante cuidadosos com os cavaleiros mais desajeitad­os.

Confesso não ter sido o programa mais incrível da viagem, mas uma família com crianças certamente se divertiria horrores no passeio, além do maravilhos­o contato com esses animais, tão lindos e dóceis. DYLAN THOMAS Para recuperar a energia e mergulhar um pouco mais na cultura local, a sugestão é almoçar no Hotel Brown, em Laugharne, o favorito do escritor galês Dylan Thomas (1914-1953), que costumava dar o telefone do lugar como se fosse seu.

Perto dali, não deixe de dar um pulo na casa onde morava o poeta —nascido em Swansea, segunda maior cidade do País de Gales.

A casa fica aberta a visitas e conta também com um café simpático. O visitante nem precisa conhecer a obra de Dylan Thomas para se encantar com a belíssima vista de sua varanda.

Mas você talvez goste de saber que ele foi um ídolo para os artistas da geração beat e que Bob Dylan, adivinhe, adotou esse nome em sua homenagem. Dylan Thomas morreu aos 39 anos, vítima do alcoolismo. (MARILIZ PEREIRA JORGE)

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Barco de pesca rodeado por gaivotas na costa de Aberystwyt­h, no País de Gales

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