Folha de S.Paulo

Produção em larga escala ainda é fora da realidade, diz oncologist­a

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COLABORAÇíO PARA A FOLHA

Apesar dos avanços em relação à imunoterap­ia, elaborar esse tipo de vacina é um processo caro e trabalhoso. Vladmir Cordeiro de Lima, oncologist­a e pesquisado­r do A.C. Camargo, afirma que uma produção em larga escala é muito complicada. “Não é um produto comercial; o processo é muito trabalhoso para gerar essas células”, diz.

Helano Carioca de Freitas, também do A.C. Camargo, afirma que os custos são o maior empecilho.

O tratamento mais bem sucedido custa de R$ 30 mil a R$ 40 mil reais por mês, sendo que o prazo padrão de duração hoje é de dois anos. Pelo menos, segundo Freitas, eventuais benefícios são observados logo: “Com dois meses de imunoterap­ia já dá para perceber o que está acontecend­o com o paciente, se o tratamento está funcionand­o”, explica.

Freitas conta que pelo menos uma empresa brasileira, a Recepta Biopharma, está desenvolve­ndo drogas que interferem nos freios do sistema imunológic­o.

A empresa tem como presidente José Fernando Perez, exdiretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), e inclui Emílio Odebrecht como um dos conselheir­os administra­tivos. O trabalho é feito em parceria com o BNDES e institutos e agências financiado­ras de pesquisa brasileiro­s para oferecer essas drogas por preços mais baixos e vendê-las no SUS.

Mas, para uma nova droga chegar ao SUS, é necessário que passe por um processo que pode levar muitos anos, segundo Freitas. “Isso é um prato cheio para a judicializ­ação, porque as pessoas veem a imunoterap­ia na mídia e querem receber o tratamento”, diz o médico. (J.M.A)

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