Folha de S.Paulo

Pottker sai do anonimato e tenta se despedir da Ponte como ídolo

- LUIZ COSENZO

Obcecado por metas, jogador de muita personalid­ade e centrado dentro e fora das quatro linhas. Essas foram as principais caracterís­ticas que tiraram o atacante William Pottker, 23, do anonimato para virar o principal nome da Ponte Preta.

Contratado há quase um ano após se destacar pelo Linense no Estadual de 2016, ele caiu rapidament­e nas graças da torcida do clube alvinegro com o bom desempenho no Brasileiro, quando terminou como um dos artilheiro­s com 14 gols —ao lado de Diego Souza e Fred.

Com nove gols, também divide a liderança de gols no Paulista com Gilberto.

Mesmo assim, viveu sob desconfian­ça da torcida no início deste ano. Logo na primeira partida do Estadual contra a Ferroviári­a, o atacante foi vaiado pelos no Moisés Lucarelli. A reação tinha origem na negociação do atacante para se transferir ao Corinthian­s, justamente o rival deste domingo (30).

O negócio com o clube da capital, porém, não foi concretiza­da. Uma semana depois, acertou com o Internacio­nal —será apresentad­o pelo clube gaúcho logo após o segundo jogo da decisão.

“A vaia é normal porque estamos mexendo com paixão. É um clube que tem muita torcida. Me tratam com muito carinho”, disse o atacante em entrevista à Folha em março.

A frieza e segurança demonstrad­as por Pottker neste momento não foi uma novidade para Moacir Júnior, que trabalhou com o jogador no Linense.

“Ele mostrou ter essa personalid­ade logo na nossa primeira conversa. Ele chegou e me disse que ia arrebentar no Campeonato Paulista porque considerav­a a grande chance da carreira. Logo depois, falou para o nosso grupo que os três meses de Paulista poderiam mudar a vida dele e de todos do elenco. Essa postura chamou a minha atenção”, afirmou o treinador.

Filho de um pedreiro e de uma faxineira –que deixou de trabalhar no final do ano passado–, o atacante, que sempre procura ajudar a família, começou na base do Figueirens­e, mas nunca teve oportunida­des. Ele ainda rodou pelo Gandzasar, da Armênia, Ventforet Kofu, do Japão, Red Bull e Braga. Na Armênia, enfrentou nevascas.

“Foram experiênci­as novas que ajudaram no meu amadurecim­ento para eu poder viver este momento. É o melhor da minha carreira”, disse o jogador, que projeta ser um ídolo, assim como o ex-ponte-pretano Dicá.

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