PF aponta três por fraude de etanol no Rio
O governo decidiu realizar no mesmo dia os dois leilões do pré-sal previstos para 2017, nos quais oferecerá oito áreas para exploração de petróleo.
Em um deles, a arrecadação prevista é de R$ 4,35 bilhões. Ainda não foram divulgados os valores do outro, mas a expectativa é que as áreas em oferta rendam de R$ 7,5 bilhões a R$ 8 bilhões, elevando o total a R$ 12 bilhões.
A ideia inicial era realizar os eventos em datas separadas, em setembro e novembro. A nova data é 27 de outubro, para aproveitar a grande presença de executivos do setor na edição brasileira da feira OTC (Offshore Tecnology Conference), no mesmo período.
Serão os primeiros leilões do pré-sal desde a oferta do campo de Libra, em 2013, quando um consórcio liderado pela Petrobras apresentou a única oferta e ficou com a área após pagar R$ 15 bilhões.
Os leilões deste ano serão um teste para o novo modelo proposto para o setor pelo governo Michel Temer, que pôs fim à exclusividade da Petrobras como operadora e reduziu as exigências de compra de bens e serviços no país.
Nos leilões deste ano, se- rão oferecidos quatro pedaços de reservatórios que se estendem além de áreas já concedidas e pela União e quatro novas áreas, na bacia de Santos e na bacia de Campos.
A Petrobras tem prazo de 30 dias, contados a partir do último dia 26, para definir se vai exercer o direito de preferência para operar alguma das áreas. Nesse caso, a empresa terá fatia mínima de 30% no consórcio vencedor.
Questionado sobre qual seria o posicionamento da empresa, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a companhia ainda está avaliando as áreas em oferta.
Na versão americana da OTC, considerada a maior feira da indústria de petróleo do mundo, o governo apresentou as ofertas a possíveis interessados e reforçou as mudanças regulatórias feitas para tornar o setor mais atrativo para empresas estrangeiras.
Ouviu de executivos que licenciamento ambiental e instabilidade regulatória ainda são preocupações com relação a investimentos no Brasil. CARCARÁ A sequência de decisões judiciais contrárias ao plano de desinvestimentos da Petrobras foi um dos pontos levantados pelas empresas. Nesta terça (2), a estatal anunciou a derrubada na Justiça de uma liminar que suspendia a venda da área de Carcará, no pré-sal, à norueguesa Statoil.
O negócio, de US$ 2,5 bilhões, foi aprovado pelo conselho de administração da companhia no fim de 2016 e já havia passado pelo crivo dos órgãos reguladores e de defesa da concorrência até ser suspenso, no dia 17 de abril, pela Justiça de Sergipe.
A liminar impediu a Statoil de realizar qualquer investimento. “A decisão libera o operador para ir em frente”, disse João Carlos de Luca, presidente do conselho de administração da Barra Energia, sócia da Statoil no projeto.
A Statoil planeja perfurar um poço exploratório na área neste ano. Será o único do tipo perfurado no país em 2017, disse Verônica Coelho, vicepresidente da companhia.
DO RIO
A polícia do Rio indiciou executivos das três maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil pela venda de etanol adulterado a postos. Os três são suspeitos de crimes tributários, ambientais e contra o consumidor.
O caso foi descoberto em novembro, após fiscalização da ANP (Agência Nacional do Petróleo) em postos do Rio encontrar etanol adulterado em postos da BR Distribuidora, da Shell e da Ipiranga.
O produto continha altos teores de metanol, produto tóxico usado para a produção de biocombustíveis, cuja ingestão pode levar à morte.
A Raízen afirma que foi “vítima de fraude” e classificou o indiciamento de “indevido e arbitrário”.
A Ipiranga afirmou que, “ao tomar conhecimento da não conformidade do etanol, tomou todas as medidas necessárias para a solução imediata do problema”.
A BR Distribuidora disse que suspendeu imediatamente as vendas e que ingressou com ação contra o fornecedor de etanol. (NP)