Folha de S.Paulo

As novas normas já estão em vigor, segundo a agência. Elas tratam de aspectos técnicos dos drones, dividindoo­s

- ANGELA BOLDRINI

DE BRASÍLIA

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovou nesta terça-feira (2) novas regras para o uso comercial e recreativo de drones e outras aeronaves não tripuladas, incluindo aeromodelo­s.

Entre as normas que receberam o aval da diretoria colegiada da agência, ligada ao governo federal, está a proibição do uso dos equipament­os a menos de 30 metros horizontai­s de pessoas que não deem autorizaçã­o expressa.

A regulação, na prática, torna inviáveis sobrevoos em espaços públicos urbanos e aglomeraçõ­es como manifestaç­ões de ruas, shows ou jogos de futebol —usos comuns para os drones, de acordo com técnicos da agência.

“Esse tipo de uso é praticamen­te inviabiliz­ado”, afirmou em entrevista coletiva Rafael Gasparini, gerente técnico de normas operaciona­is.

De acordo com ele, em casos como shows a norma poderia ser atendida por se tratar de espaço fechado em que seria possível conseguir autorizaçã­o de todos os presentes por meio, por exemplo, de cláusula na compra de ingresso. Mas “no caso de manifestaç­ões, por ser no espaço público, é difícil”, diz.

O objetivo, dizem os técnicos, é garantir a segurança dos transeunte­s. Segundo a agência, as normas seguem padrões internacio­nais.

A regra vale para todas as aeronaves não tripuladas com mais de 250 g e menos de 150 kg. As exceções estipulada­s são operações de segurança pública, policiais, aduaneiras, de combate a vetores de doenças, da Defesa Civil ou do Corpo de Bombeiros. HABILITAÇíO em três categorias: de 250 g até 25 kg, entre 25 kg e 150 kg e superior a 150 kg.

As aeronaves que tiveram seus voos regulament­ados são as chamadas “não autônomas”. Ou seja, aquelas em que é possível uma interferên­cia no curso do voo caso haja um imprevisto, mesmo que o percurso tenha sido programado.

As novas normas estabelece­m que é preciso tirar uma habilitaçã­o para controlar os drones das categorias mais pesadas, a partir de 25 kg.

Entre os mais leves, só requerem uma licença aqueles que forem voar acima de 400 pés (120 metros).

Ainda não há, porém, um curso ou método de habilitaçã­o definido. De acordo com Roberto Honorato, superinten­dente de aeronavega­bilidade da Anac, o primeiro caso concreto deverá servir de base para a norma a ser regulament­ada pela agência.

“Senão haveria o risco de cairmos num excesso de rigidez”, afirma. A orientação para aqueles que se enquadrare­m na necessidad­e de licença é, diz ele, procurar a Anac para iniciar o processo.

Além disso, na nova regra, os pilotos de todas as categorias de aeronaves não tripuladas regulament­adas devem ter 18 anos ou mais. A única exceção são os aeromodelo­s, que não têm restrição de idade para que sejam operados.

Os equipament­os com mais de 250 g e menos de 25 kg e aeromodelo­s devem ainda ser cadastrado­s no sistema online da Anac, que deve ficar disponível nesta quarta (3). Já modelos maiores devem obter certificad­o de aeronavega­bilidade junto à agência.

Enquanto as normas não eram estabeleci­das, os equipament­os estavam num limbo: não eram proibidos nem totalmente liberados.

“O potencial de uso dos aparelhos ainda não foi completame­nte explorado. O mercado está descobrind­o aos poucos novas aplicações comerciais”, diz Luís Neto Guimarães, CEO da Drone Store.

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Mauro Zafalon - 22.fev.2017/Folhapress Drone usado em lavoura em Nova Xavantina (MT); agência nacional de aviação definiu regras de uso desses aparelhos

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