No mesmo mês, 9.000 homens das Forças Armadas foram chamados para reforçar a segurança na cidade.
Importantes vias de acesso ao Rio foram palco de incêndio de nove ônibus e dois caminhões nesta terça (2), além de saques que assustaram motoristas nas avenidas Brasil e Washington Luiz, que ligam municípios da região metropolitana ao centro.
O ato foi atribuído pelo governo Luiz Fernando Pezão (PMDB) como uma resposta do tráfico a uma operação da Polícia Militar pela manhã.
O governador pediu ao presidente Michel Temer envio da Força Nacional para ajudar no combate à criminalidade.
Segundo a Secretaria de Segurança, a ação policial frustrou a invasão da favela Cidade Alta, na zona norte, por traficantes do Comando Vermelho, que pretendiam uma retomada de controle — atualmente é dominada pelo Terceiro Comando Puro. Ao todo, 45 suspeitos foram presos e 38 armas de fogo, sendo 32 fuzis, apreendidos.
Não houve registros de feridos nos incêndios, mas a ação da polícia na favela deixou dois mortos, ainda sem identificação, e três policiais feridos sem gravidade.
Além dos ônibus incendiados na av. Washington Luiz, em Duque de Caxias, e na av. Brasil, que passa por 26 bairros do Rio, os conflitos levaram ao fechamento de 28 escolas, 10 creches e 6 espaços de desenvolvimento infantil.
Ao menos 12.576 alunos da educação básica ficaram sem aula nesta terça (2), segundo a secretaria de Educação. Somente na Cidade Alta, foco principal, oito unidades tiveram que ser fechadas, e 2.203 estudantes ficaram sem aula.
Às 10h50, a cidade entrou em estágio de atenção, pelo centro de operações municipal. Trata-se do segundo nível em uma escala de três e significa que um ou mais incidentes impactam no mínimo uma região, provocando reflexos relevantes na mobilidade.
Com a violência crescente no Estado, Pezão já vinha negociando uma ajuda da Polícia Rodoviária Federal. Nesta terça, diante do número de fuzis apreendidos, reforçou esse pedido a Temer para receber também homens da Força Nacional de Segurança. O presidente disse que iria avaliar, de acordo com Pezão.
Em 2017, tropas da Força Nacional já foram convocadas em fevereiro para atuar na segurança da Assembleia Legislativa do Rio em protestos de servidores contra cortes do Estado. RETOMADA O governo do Rio diz que a ordem para a retomada da Cidade Alta pela facção criminosa Comando Vermelho partiu de uma cadeia fora do Estado e foi executada por pessoas recém-egressas do sistema penitenciário. A polícia montou um cerco nos acessos da favela e frustrou a ação.