Folha de S.Paulo

Donald Zuckerberg

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SÃO PAULO - Mark Zuckerberg tem um ritual público todo ano. Sempre em janeiro, o fundador do Facebook anuncia um desafio pessoal para os meses seguintes. São metas bem variadas. Teve ano em que se propôs a comer carne apenas de animais que ele mesmo tivesse matado. Noutro resolveu aprender mandarim. No ano passado, o objetivo era construir um robô que o ajudasse em casa.

O desafio de 2017 está mais próximo das Caravanas da Cidadania que Lula empreendeu pelo Brasil nos anos 90. O americano pretende chegar a dezembro tendo andado por todos os 50 Estados de seu país. Algo que alimentou uma especulaçã­o já encorpada —a de que Zuckerberg quer mesmo é entrar para a política.

Nesse sentido, a agenda dos últimos dias é sugestiva. Em Michigan, fez as vezes de metalúrgic­o da Ford e se reuniu com estudantes muçulmanos. Em Ohio, conversou com exdrogados. Em Wisconsin, alimentou bezerro e dirigiu trator. Em Indiana, visitou bombeiros e deu uma volta de carro com Pete Buttigieg, prefeito do interior que é estrela em ascensão no Partido Democrata.

Tudo isso no melhor estilo João Doria: muitas fotos e vídeos no Facebook, a mesma máquina de propaganda que impulsiono­u Donald Trump. Máquina que Zuckerberg não quer deixar de comandar mesmo no governo, pois fez a empresa aprovar que pode manter o controle acionário ainda que ocupe cargo público.

Ele nega a pretensão eleitoral, mas divulgou um longo manifesto que faria bonito em qualquer palanque.

Daqui a dois domingos, Zuckerberg completará 33 anos. Na próxima eleição presidenci­al americana, terá atingido a idade mínima para o cargo, que é de 35 anos. Não será problema também outro número, o do financiame­nto, dado que é o quinto homem mais rico do mundo.

A Casa Branca, que já hospedou ator de Hollywood e apresentad­or de reality show, fica logo ali na avenida Pensilvâni­a, número 1.600. roberto.dias@grupofolha.com.br

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