Folha de S.Paulo

Reforma da Previdênci­a avança em comissão especial da Câmara

Deputados aprovam texto principal; invasão de agentes penitenciá­rios paralisa análise de destaques

- LAÍS ALEGRETTI DANIEL CARVALHO

Governo alcança maioria confortáve­l em colegiado encarregad­o de analisar proposta antes do plenário

A comissão especial criada pela Câmara dos Deputados para analisar a reforma da Previdênci­a aprovou o texto-base do projeto, prioridade da agenda do presidente Michel Temer no Congresso.

Os deputados iniciaram a análise de destaques apresentad­os para mudar trechos da proposta, mas os trabalhos foram interrompi­dos depois que um grupo de agentes penitenciá­rios invadiu a Câmara e a sala da comissão. A apreciação dos destaques será retomada na terça (9).

Pouco antes da invasão, os deputados haviam decidido que não analisaria­m um destaque que beneficiar­ia a categoria, deixando a decisão sobre a questão para o plenário.

Depois de mudanças e recuos, além da substituiç­ão de membros do colegiado contrários à reforma, o parecer do relator Arthur Maia (PPSBA) foi aprovado por 23 votos a favor e 14 contrários.

O placar indicou uma maioria confortáve­l para o governo na comissão, com 62% dos votos. No plenário da Câmara, onde a batalha para aprovar o projeto será muito mais difícil, o governo precisará do apoio de 308 dos 513 deputados, ou seja, 60% do total.

Dez partidos orientaram seus integrante­s na comissão a votar contra a reforma, inclusive PSB, SD, Pros e PHS, legendas da base governista.

A reforma da Previdênci­a foi proposta por Temer ao Congresso em dezembro. A versão aprovada na comissão modifica pontos centrais da proposta, reduzindo em 24% a economia esperada com a reforma, segundo o governo.

A expectativ­a do Planalto é chegar a 320 votos até o fim de maio para que a votação aconteça no início de junho.

A proposta estabelece como condições gerais para a aposentado­ria idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 para homens, além de 25 anos de contribuiç­ão.

A regra de transição, um dos pontos mais criticados na proposta original, foi alterada. No novo texto, não há corte de idade para se enquadrar na transição e o pedágio foi reduzido de 50% para 30%.

Se essa proposta prevalecer, a idade mínima para quem pretende se aposentar por tempo de contribuiç­ão começará em 53 anos (mulheres) e em 55 (homens). Esse patamar subirá um ano a cada biênio a partir de 2020.

Para quem pretende se aposentar por idade, o mínimo exigido dos homens será mantido em 65 anos. Para mulheres, a idade passará dos atuais 60 anos para 62. O tempo de contribuiç­ão, hoje em 15 anos, chegará a 25 anos.

O relator reduziu de 49 para 40 anos o tempo de contribuiç­ão necessário para obter o valor máximo do benefício.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil